Rítmo
por Sergio Scabia em PsicologiaAtualizado em 20/06/2000 00:57:24
Este sutil aspecto foi de inicio definido por Klages como repetição periódica de determinados fenômenos.
Esses movimentos na escrita acontecem em intervalos similares mas nunca com repetições exatas, de forma que não podem ser comparadas com o tique-taque de um relógio. Existe entre os grafólogos que estudaram este ponto uma concordância quanto ao seu significado: energia psíquica, ou a irradiação de uma personalidade bem integrada. Isto significa que a resposta entre a função consciente e a inconsciente da mente está em perfeito acordo, um estado que Jung definiu como individualização. É o objetivo de todos os terapeutas de todas as escolas levar seus clientes e eles próprios a esse ponto de auto-conhecimento e auto-aceitação, mesmo que as chances de efetivamente conseguir essa individualização seja tão difícil quanto a iluminação para um Budista.
"O ritmo é um indicador de primeira categoria da capacidade de um indivíduo de integrar os aspectos físicos, intelectuais e emocionais e sua habilidade de encontrar um equilíbrio para esses aspectos.
Em grande parte esta avaliação é feita pela harmonia da escrita, visto que procuramos alí sinais de uma excessiva ênfase num aspecto peculiar da vida. Já vimos que stress e conflitos reduzem a harmonia, a organização, a espontaneidade e o dinamismo na letra e a falta de movimentos regulares significa que ela não pode ser descrita como rítmica. Infelizmente ritmo pobre é fácil de ser encontrado. Parece que o stress influência os impulsos motores do cérebro e assim a escrita se pareceria exatamente a mesma daquela causada por um trauma físico.
Temos de ter certeza que o ritmo pobre ou a falta de coordenação não sejam resultado de artrites ou outros problemas físicos, perguntando se necessário.
O ritmo pode ser visto a partir de um ponto de vista psicológico atribuindo sua cadencia a um estado mental interior, mas também pode ser visto como uma função física do cérebro. O estudo dor ritmos vitais sugere que existe um ritmo correto para cada um de nos se nos consultamos o nosso próprio centro ao invés de aceitar exigências externas. Seja qual for o caso, concordamos que escrever sob pressão quebrará o ritmo de nossa escrita.
Antes de definir que uma amostra tem bom ou razoável ritmo, precisamos verificar que tenha também harmonia - sem repentinas e trasbordantes irregularidades ou exageros.
Décadas atrás, formas estilizadas de escrever impuseram ordem e regularidade nos impulsos naturais, negando ou silenciando a voz interior. Essas pessoas ainda estão entre nos e fecham a porta do inconsciente toda vez que tem de enfrentar o mundo.
A escrita deles pode parecer firme e para a frente mas é despida de ritmo. Toda energia psíquica disponível é gasta no esforço de manter a impressão de bom equilíbrio. Escritas caligráficas ou copiadas, normalmente mostram falta de ritmo, mas também grafias mais originais podem apresentar uma negação do ritmo; o estado mental relativo pode ser considerado mais negativo do que um que mostre falta de coordenação ou distúrbios. Quando enxergamos nossas neuroses podemos fazer algo a respeito...
O teste da caneta sem tinta sobre a letra pode imediatamente evidenciar circunstâncias estressantes, copias ou problemas físicos.