Como aproveitar a sua Encarnação
por Mauro Kwitko em Vidas PassadasAtualizado em 06/05/2005 13:06:01
Este texto tem o intuito de levar às pessoas o que tenho aprendido nas sessões de regressão com pacientes iniciadas faz dez anos, que somam, até este ano de 2005, cerca de 5.000 sessões.
Escutei seus relatos de vidas em séculos passados, onde eles contam suas histórias pessoais, são eles lá e comprovam o pilar básico da Psicoterapia Reencarnacionista: a Personalidade Congênita. Escutando esses relatos, observando, refletindo a respeito, venho aprendendo bastante sobre o aproveitamento, ou não, das encarnações. E percebo as repetições de determinados padrões em todos nós, encarnação após encarnação. É como se todos nós estivéssemos - durante alguns séculos - sintonizados com uma faixa de comportamento e vamos passando pelas encarnações com o intuito de aprender sobre aquele tema, evoluir naquele assunto, para libertar-se daquilo. É como um aluno que vai repetindo aquela matéria na qual ainda não consegue ser aprovado, anos a fio. Só que, aqui, não são anos, são milhares de anos. Perceber essa demora em evoluirmos é um dos principais motivos que me leva a escrever livros sobre o assunto, no sentido de auxiliar todos nós a realmente aproveitarmos uma encarnação.
Esse livro que brevemente estarei lançando não é um livro espírita nem um livro religioso, é um livro sobre a Reencarnação dentro de uma proposta de expansão da Psicologia, para que ela abra suas fronteiras para antes do nosso nascimento e depois da nossa morte.
É importante procurarmos entender as leis que regem a Reencarnação, como e por que ela ocorre, qual a sua finalidade e, principalmente, como saber aproveitá-la, do ponto de vista do nosso Eu Superior. O primeiro pré-requisito para aproveitarmos uma encarnação é sabermos que a estamos vivendo, que não somos a nossa "casca" e sim um Espírito nela. Mas o fato de se acreditar na Reencarnação não garante automaticamente o seu real aproveitamento, bem como não o não acreditar implica em estar desperdiçando-a. O que vai determinar o aproveitamento, ou não, de uma passagem terrena é conseguirmos alcançar uma ascensão, pelo menos satisfatória, em nosso grau espiritual, ou seja, um aprimoramento nas nossas características pessoais, num trabalho de purificação e no cumprimento de nossa missão individual.
Quero repassar nesse livro o que aprendi sobre Reencarnação nas sessões de regressão com meus pacientes, com os relatos de suas vidas passadas. Para os que não acreditam na Reencarnação, para os que pegarem este livro por curiosidade, para os que têm dúvidas sobre o assunto, quero sugerir que procurem pensar por si mesmos, e não baseados no que dizem antigos livros milenares sem uma garantia do que verdadeiramente foi dito pelos autores naquela época, de quem realmente escreveu os textos e o quanto foram modificados e manipulados nos séculos seguintes pelas Igrejas que se apossaram deles.
O porquê da Psicologia oficial não lidar com a Reencarnação deve-se à ação do Imperador Justiniano no ano 553 d.C. de conclamar o Concílio de Constantinopla, convidando apenas os bispos do oriente (não-reencarnacionistas), e decretando que Reencarnação não existe, influenciado por sua esposa Teodora, ex-cortesã, que para libertar-se de seu passado, mandou matar antigas colegas e para não sofrer as conseqüências dessa ordem cruel em uma outra vida como preconiza a lei do Karma, empenhou-se em suprimir a magnífica Doutrina da Reencarnação. Esse Concílio foi apenas um encontro que excomungou e amaldiçoou a doutrina da preexistência da alma, com protestos do Papa Virgílio, seqüestrado e mantido prisioneiro de Justiniano por 8 anos por ter-se recusado a participar desse Concílio! Dos 165 bispos presentes, 159 eram da Igreja oriental, e tal fato garantiu a Justiniano os votos de que precisava para decretar que a Reencarnação não existe. E assim a Igreja Católica tornou-se uma igreja não-reencarnacionista e, mais tarde, as suas dissidências também levaram consigo esse dogma. Com o predomínio, no ocidente, dessas igrejas não-reencarnacionistas, criou-se no Consciente Coletivo ocidental a idéia de que Reencarnação não existe, dentro do que formaram-se a Psicologia e a Psiquiatria, que então, por coerência, também não lidam com a reencarnação. Ou seja, a Psicologia não lida com a Reencarnação por causa da Teodora...
Mas o mais importante é buscarmos, dentro de nós mesmos, uma convicção pessoal a respeito da Reencarnação e é fundamental que cada um encontre a sua própria verdade interna, não por livros ou opiniões, não pelo que está escrito ou lhe dizem, e sim a partir de suas próprias vivências e experiências. Aí sim pode seguir o caminho que julgar mais adequado para si, porque terá a certeza da experiência própria, da vivência pessoal. A opinião sobre um assunto, sem essa participação interna pode ser cega. Se não se consolidar na experiência própria, se apenas se basear no que vem de fora, sem uma sólida base interna, gerará o fanatismo, que é a maneira mais corriqueira pela qual se manifesta a insegurança.
Espero que esse livro ajude a todos nós a oportunizarmos ao nosso Espírito um real aproveitamento dessa encarnação, pois nós costumamos repetir o mesmo erro, encarnação após encarnação, sendo que voltamos com as mesmas características do nosso Espírito expressas na personalidade, o que chamo Personalidade Congênita, a mesma maneira de sentir e reagir aos fatos da vida terrena, e temos então a tendência de repetir os mesmos raciocínios e as mesmas ações equivocadas.
A chave para o aproveitamento de uma encarnação é a Personalidade Congênita e a clareza a respeito de que somos um Espírito e não a "casca" que serve apenas para torná-lo visível. O Espírito vem à Terra para purificar-se, concretizar sua evolução, e necessita de uma "casca" para fazer-se visível, mas aí passa frequentemente a acreditar que é a "casca" e, por conseqüência, aproveita pouco essa oportunidade.
Quero transmitir um método que tenho aplicado em mim há algum tempo e que, para mim, tem dado resultado. Resumidamente, consiste em eliminar os nossos defeitos e imperfeições, e isso tem de ser realizado na prática, no dia-a-dia, quando eles aparecem, mesmo que acreditemos ter razão para senti-los e externá-los, pois a tarefa da purificação, almejada por nosso Espírito, é infinitamente mais importante do que os raciocínios de nosso Eu encarnado. A infância não é o começo da vida, e sim a continuação e, portanto, nós não formamos nossa personalidade na infância, já nascemos com uma personalidade. Uma família não é um agrupamento aleatório de pessoas, e sim de Espíritos encarnados próximos segundo Leis.Viemos para evoluir espiritualmente, encarnamos para que nossas inferioridades venham à tona, e possam ser melhoradas, ou eliminadas, o que não ocorre quando estamos no Astral, por falta das dificuldades, dos "gatilhos" que as façam emergir. Os fatos da vida terrena são os fatos, nós reencarnamos para passar por fatos, e o importante é o que aflora de inferior de dentro de nós diante deles, aí está a finalidade da encarnação! Tudo conspira a nosso favor, mesmo quando nascermos pobres, em uma família desestruturada, com um pai agressivo, com uma mãe problemática, etc. Tudo é uma oportunidade, uma lição, tudo tem uma finalidade e baseia-se na Lei do Retorno.
Muitas pessoas ficam presas, por mágoa, por raiva, aos fatos negativos de sua vida, não percebendo que eles são potencialmente positivos para a sua evolução espiritual. Esquecem de ver os seus defeitos, acreditam que eles brotaram dos fatos e deixam assim de evoluir mais. E queixam-se do pai, da mãe, esquecendo dos laços kármicos que os unem, dos resgates... queixam-se do marido, da esposa, dos filhos, sem saber o que foram em vidas passadas, por que razão reencontraram-se...
A finalidade da encarnação é a busca da evolução espiritual e aí está o sentido da vida. Isso tem de ser realizado pela "casca" e aí está a missão de cada um de nós. Sem a crença na Reencarnação, que são as vindas sucessivas do Espírito para a Terra em busca da sua purificação, a vida não tem sentido, e não acreditar-se nela é uma das causas do racismo, das desigualdades sociais, da depressão, dos suicídios e de tantos outros males que afligem os seres humanos, quando eles vivem apenas para essa vida material e para si, não para o seu Espírito e para a eternidade. Se uma pessoa branca, racista, soubesse que não é branca, e sim está numa “casca” branca, não desgostaria de pessoas de “casca” negra, pois eles não são negros, estão negros. Eu mesmo já me vi negro em uma encarnação passada; dessa vez, estou branco. E na minha próxima encarnação, virei como homem ou mulher? Branco ou negro? Brasileiro ou de uma outra nacionalidade? Essas são algumas das ilusões da vida encarnada, devemos estar atentos a elas.
Essa nova Psicologia, que chamamos de Psicoterapia Reencarnacionista, é a Psicologia da evolução espiritual, através do tempo. Meus outros livros tratam disso, mas este pretende ser um manual prático que ajude as pessoas a aproveitarem realmente sua atual passagem por aqui.
Prefacio do Novo livro do Dr. Mauro Kwitko.