Fobia de Penas
por Mauro Kwitko em Vidas PassadasAtualizado em 10/06/2005 13:17:03
Paciente – V.G.
Sexo – feminino
“Eu tenho medo de penas. Entro em pânico! Pena de galinha, até de espanador... uma vez, na minha adolescência, tinha uma pena na minha cama, eu não conseguia pegar para tirar... entrei em pânico! Isso vem desde que eu era criancinha, minha mãe me contou que é desde pequenininha, eu tinha um travesseiro de penas e apareceram algumas, entrei em pânico, chorava, chorava! A minha mãe foi ver o que era, eu estava chorando, desesperada, com as mãos na cabeça!
Uma vez, num Zoológico, vi umas penas no chão, fiquei paralisada, entrei em pânico! É horrível! Me dá um desespero! Não posso imaginar uma pena encostando em mim... (chorando). Me dá um medo, um desespero, o coração dispara, começo a suar... Quando eu era criança, as pessoas sabiam disso, me assustavam... Eu não conseguia nem chegar perto de uma galinha, dos pintinhos... eu dizia: “Tem pena... tem pena”... Eu tinha asma desde criança, curei com Homeopatia. Teve uma época em que eu sonhava muito com penas, caindo em cima de mim...
Sessão de Regressão
MK – Então nós vamos elevando nossos pensamentos para o mundo espiritual, entrando em sintonia com os nossos amigos espirituais... os teus amigos espirituais... pedindo a eles que estejam conosco, nos orientando, nos intuindo... e que te ajudem a encontrar no teu passado, numa outra vida, numa outra época, fatos, situações em que ainda estejas sintonizada, que te trazem medo, angústia... E vamos iniciando o relaxamento... e a qualquer momento, qualquer coisa que vier a tua mente tu me diz... E vai indo pela música, entrando na música, te sentindo leve... tranqüila... como se tu fosses dormir, como se tu fosses desaparecer... e relaxa bem o teu rosto... e o teu corpo... vai indo pela música... ficando tão leve que podes até flutuar... subir... levitar... pela música... então vai subindo... em direção ao teto... te sente subindo... subindo... em direção ao teto... e te sente crescendo... ficando grande... como um balão que vai inchando, que vai inflando... e vai subindo... te expandindo... ficando grande, grande... vai ocupando o ambiente todo... e podes ultrapassar esse ambiente... subindo, subindo... como se tu fosses desaparecendo, desaparecendo... subindo... para encontrarmos no teu passado, numa outra vida, numa outra época, uma época antiga... um lugar antigo... em que tu eras uma outra pessoa... sabermos o que aconteceu, o que está acontecendo... porque tu te sentes assim... o medo... a angústia... O que aconteceu... o que está acontecendo...
P - Água, água... estou me afogando... engoli água...
MK – Sim. Continua.
P - Aí começou... que não consegui... minha vida... perdendo as forças, perdendo as forças, as caixas das aves... caíram no mar... as caixas caíram no mar... (chorando), eu queria morrer de outra forma... (chorando), eu quero sair daqui... sair daqui...
MK - O que é?
P - É pena na minha boca (cuspindo, se engasgando).
MK – Sim.
P - Caiu tudo no mar, as caixas do outro lado, caíram todas... caiu tudo... foi assim que morreram...(chorando e tossindo), e ninguém vem me ajudar...
MK – Sim.
P - Em minha direção, vem um monte... eu não consigo nadar, eu não consigo respirar (muito angustiada!).
MK - E o que os pássaros fazem?
P - Eles não fazem nada, eles tão nas caixas... e as penas se soltam... (chorando), tão caindo no mar, e vão afundar, não consigo pedir... e ninguém me ajuda...
MK - E depois que o teu corpo morre... que tu sai do corpo...
P - Silêncio, o silêncio...
MK – Vamos ver então quando tu pode subir para a Luz... te libertar... o que acontece então... me conta... O que acontece? Me conta.
P - Nada... nada, nada...
MK – Como vais te sentindo...
P – Alívio.
MK – E pra onde tu vais... me conta...
P - Silêncio... cansada...
MK - Vamos ver pra onde tu vais... quando tu vais subindo... subindo... continua me contando...
P - A janela, tô num prédio, há uma escada por fora, na parede... eu tô na janela, pendurada na janela, eu não consigo alcançar a escada (angustiada), eu não consigo alcançar a escada... (com medo), é muito alto aqui, muito alto, eu tenho que alcançar a escada, eu tenho que alcançar a escada, estou perdendo as forças, é muito alto, eu tenho medo de olhar pra baixo... (em pânico!), não quero mais ficar aqui... eu tenho que alcançar a escada... tô perdendo as forças nos braços, não consigo alcançar a escada, não consigo voltar pra dentro da janela... eu tenho que sair daqui... tenho que sair daqui...
MK - Sim, o que aconteceu então? Continua.
P - A esperança é aparecer alguém pra me ajudar... eu não consigo voltar pra dentro da janela, eu não consigo alcançar a escada... mas eu tô perdendo as forças nos braços... meus pés escorregam, escorregam, não consigo firmar meus pés... (desesperada), será que não vai aparecer ninguém pra me ajudar? Eu vou cair, vou cair, não consigo mais me segurar.
MK - Sim, o que aconteceu então?
P - Me deu uma vertigem, fiquei tonta...
MK – Sim, e depois? O que aconteceu?
P - Eu comecei a flutuar...
MK – Sim.
P - Fui subindo, subindo, que nem um balão... eu me sinto bem... me sinto bem, muito leve...
MK - Então vai subindo... relaxa... aproveita esse momento... pode permanecer em silêncio... tudo já passou... está tudo bem agora... descansa... outro dia podemos ver mais coisas do teu passado, se for necessário... descansa, relaxa... aproveita esse momento. Comentários
Vejam como essa paciente desde pequena já tinha essa fobia de penas. Tudo que é muito forte, principalmente quando aparece já na infância, veio de outra encarnação, por isso que se deve ter muito cuidado no trato dos medos das crianças, quando elas têm medo de entrar no Colégio (Campo de concentração? Presídio?), medo de foguetes (Bombas? Guerras?), medo das pessoas estranhas (Agressões? Torturas?), medo de fogo (Incêndio? Fogueira da Inquisição?), etc.
É a primeira vez que recebo uma paciente com essa queixa e imagino um psicoterapeuta tentando entender o simbolismo das penas, o que elas significam, por que essa paciente tem medo de penas, qual a causa, na sua infância, etc. A causa? Naquela encarnação, o barco em que ela estava, carregado de caixas com aves, virou no mar, ela tentava sobreviver, nadar, e as penas das aves espalhavam-se pelo ar, caíam sobre ela, sobre seu rosto, entravam em sua boca, em seu nariz, ela ia asfixiando-se, entrando em pânico, até que morreu afogada. O trauma foi tão intenso que ela permaneceu sintonizada naquela situação, a ponto de, na atual encarnação, desde criança, quando via uma pena, regredia espontaneamente para lá e entrava em pânico! Isso continuou por toda essa vida até realizarmos a regressão, quando ela acessou a situação e recordou-se do seu final. Pela técnica que utilizamos na Associação Brasileira de Psicoterapia Reencarnacionista, o paciente é incentivado a manter seu relato até o desencarne, até subir para a Luz, até estar sentindo-se muito bem. Com isso, é cortada a sintonia com o fato traumático e a pessoa fica sintonizada num momento mais adiante, quando está bem. Além, claro, de saber de onde vinha sua fobia...