Os Pais
por Mauro Kwitko em Vidas PassadasAtualizado em 22/07/2005 11:36:08
A maior responsabilidade que assumimos com outro Espírito numa encarnação, é trazê-lo do Astral para a Terra. E ao tomarmos essa decisão, cada um de nós deve ter em mente que, escondido por traz do rótulo "pai" e do rótulo "mãe", aquele a quem chamamos de "filho" é, na realidade, um companheiro de jornada, alguém que nós trouxemos lá de cima, que geralmente sabemos quem é, de antigas encarnações... Pode ser um amigo que vem chegando para continuarmos a caminhada juntos ou um antigo conflito que veio para perto de nós para nos harmonizarmos e, com isso, crescermos.
Esse Espírito quase certamente tem a ver conosco, estamos unidos por sentimentos superiores ou inferiores. No primeiro caso, tendemos a nos dar bem; no segundo caso, é quase inevitável desencadear-se um conflito, maior ou menor, entre nós. E nesse conflito podemos perceber em nós o que temos de mudar, de eliminar, como, por exemplo, a impaciência, a crítica, a raiva.
Os pais têm a oportunidade de melhorarem no contato com seus filhos e de ajudar esses Espíritos a cumprirem sua missão de purificação. As negatividades dos nossos filhos podem aumentar ou diminuir desde a infância de acordo, principalmente, com nossa atuação. Devemos desenvolver mais amorosidade, mais firmeza, mais atenção a eles, mais orientação positiva, dar o bom exemplo, mostrar o caminho do bem, e estarmos atentos ao que surge de negativo de dentro deles desde pequenos. Um filho vem com uma tendência a ser autoritário, outro a ser submisso, um vem com uma tendência materialista, outro, de ser “aéreo”, um é egoísta, outro desde cedo gosta de bebida alcoólica, cigarro, enfim, o papel dos pais numa encarnação é de fundamental importância da evolução espiritual dos seus filhos, no sentido de ajudá-los a crescerem, eliminarem suas imperfeições.
Mas raramente nós lembramos que o nosso filho, por trás da sua "casca", é um Ser rumo à Perfeição. O que é um filho? Por trás desse rótulo, naquele corpinho de 3 Kg, indefeso e à mercê de tudo, está um velho amigo e companheiro ou alguém com o qual temos tido problemas e conflitos há algumas encarnações? Pode ter sido nosso pai ou nossa mãe, pode ter sido nosso marido ou esposa, nosso filho ou filha, etc., mas sempre está chegando perto de nós por divergência ou por afinidade. E, principalmente, está chegando para crescer espiritualmente, como nós e todos os que aqui estão. Nunca deve ser esquecido que a finalidade única da Reencarnação é a evolução espiritual! Mesmo dois Espíritos inimigos, se reencarnam perto, é para oportunizar a evolução de ambos, mas quase inevitavelmente terminam por perder-se na raiva e na mágoa, e, com isso, não alcançam a meta almejada antes de descer.
Alguns pais me confessam, algumas vezes envergonhados, que o seu filho ou filha apresenta desvios de conduta, mostrando, por exemplo, uma personalidade fútil, volúvel, agressividade, egoísmo, racismo, delinqüência, hipersexualidade, etc., e perguntam-se onde erraram na sua educação, o que fizeram de errado para que eles fossem assim? Por que ficaram assim?
Dentro do pilar básico da Psicoterapia Reencarnacionista - a Personalidade Congênita - eu digo aos pais que eles já possuíam, ao reencarnar, essas características de personalidade que estão se evidenciando. O que pode ter havido entre eles em encarnações passadas? Por que estão próximos? Observamos freqüentemente que um filho com tendência agressiva, tem um pai ou uma mãe também com essa característica, então devemos sempre refletir sobre o que já houve antes entre eles em outras épocas, com rótulos diferentes... Como pode ter sido numa vida passada quando o atual filho era o pai e o pai de hoje era o filho? Um pai ou uma mãe com características de agressividade e violência, devem sempre questionar-se o que podem ter feito para o Espírito que hoje é seu filho em encarnações passadas... A lei do retorno é infalível.
Mas dentro da terapia, no aqui-e-agora, devemos estudar bem as relações familiares, na infância e atualmente, dos pais entre si, com os filhos, analisar o que os pais praticaram, ou praticam, as condutas equivocadas e inadequadas, desde a gestação até hoje. Aspectos como agressividade, rejeição, abandono, falta de bom exemplo, falta de diálogo, etc., pois as características negativas congênitas dos nossos filhos, principalmente os problemáticos, pioram com esses gatilhos. E, pelo contrario, tendem a melhorar com o amor, o carinho, a atenção dos pais e das outras pessoas envolvidas, embora geralmente lá pelo meio da encarnação, lá pelos 30 ou 40 anos é que a grande crise de consciência irá manifestar-se, oportunizando a mudança. Mas, muitas vezes ela não ocorre e então fica tudo para a próxima...
Nós, pais, nunca devemos dar mau exemplo! Como querer mudar uma personalidade agressiva de um filho agredindo, batendo? Como ajudar um filho triste, desanimado, com um modo de ser deprimido, preguiçoso, desmotivado? Como querer que um filho seja caridoso e espiritualizado, em um ambiente egoísta, superficial, materialista?
Já vi muitas vezes, em regressão, que um comportamento delinqüente, marginal, uma tendência a atos anti-sociais e até criminosos é o mesmo padrão praticado por aquele Espírito nas últimas encarnações... e justamente a finalidade desta nova encarnação é a busca da melhoria dessas questões. Em algum momento, na infância ou na adolescência, elas irão revelar-se e a Psicologia e a Psiquiatria tradicionais iniciarão uma busca desesperada no "início" da vida, na personalidade dos pais, no ambiente familiar, nas relações familiares, etc. para encontrar a "causa" de tais condutas. A "causa" é a Personalidade Congênita do Espírito, enquanto que os fatores externos podem ser agravantes ou curadores, e evidentemente as ações dos pais e da família é que serão decisivas para começar a melhorar as tendências congênitas ou para mantê-las... ou piorá-las.
Devemos tratar muito bem os nossos filhos, com respeito, com amor, desde o útero e após seu nascimento, durante sua estada ao nosso lado, mas muitos pais, covardemente, batem neles, gritam, xingam, ofendem, maltratam, lidam asperamente, na verdade mostrando, assim, as suas próprias imperfeições e defeitos, que necessitam eles próprios curar... Cada ser humano faz brotar no outro as características internas, negativas ou positivas, e assim, nós podemos reforçar o que nosso próximo tem de negativo, com as nossas próprias negatividades, ou ajudar a curar as suas imperfeições, fazendo aflorar o que eles têm de positivo.O amor dos pais é a grande alavanca para ajudar a curar as negatividades do ser que estão trazendo do Astral, e na sua atitude e postura, com o seu filho ou filha, seja como forem, os pais poderão colaborar intensamente para que aquele Espírito reencarnante possa realmente aproveitar essa passagem terrena.
Embora essas noções de vidas passadas sobre as relações entre pais e filhos sejam estudadas nas religiões reencarnacionistas, agora, com a Psicoterapia Reencarnacionista, começam a ser analisadas do ponto de vista psicoterapêutico. Então, aos pais que estiverem lendo texto, que acreditam que erraram com seu filho(a), quem acredita que deu pouco até agora, que passe a dar o dobro para compensar, quem bateu, agrediu, comece a alisar, a acariciar. Sempre é tempo para revisar o que erramos.
Ser pai e mãe é uma grande prova, pois aí podemos mostrar se somos, realmente, capazes de amar, ou não. É na prática que mostraremos para nós mesmos, quem nós somos, e um filho "problemático" muitas vezes aí está, entre outras coisas, para nos ajudar a evoluirmos, a termos mais paciência, mais compreensão, mais capacidade de doação. Mas é preciso estarmos atentos para a busca da sua evolução espiritual e a dos outros, para ter o discernimento necessário e perceber isso.
Evolução espiritual é a ampliação da nossa capacidade de amar. A quem não nos incomoda, a quem admiramos, é fácil, mas e a quem apresenta imperfeições graves, age errado, comete deslizes? Uma boa maneira dos pais perceberem o que eles próprios devem melhorar é ver o que aparece de negativo em si quando do contato com um filho “problemático”. Ao invés de só criticá-lo, procure olhar para si mesmo. Ao apontar-lhe o dedo, é bom perceber os demais dedos apontando para trás...