A ALEGRIA DE VIVER
A alegria e otimismo eram sua marca registrada. Não que fosse uma alucinada ou que vivesse apenas no mundo da lua. Pelo contrário, era bem realista, sabia das dificuldades, conhecia o sofrimento, mas não se deixava abater. Chorava suas mágoas, mas na manhã seguinte novamente passava o batom e ia à luta.
Enfrentava inúmeras provocações de pessoas que se sentiam incomodadas pelo seu brilho e faziam de tudo para machucá-la.
E foi sim, muitas vezes machucada e enganada. Mas mesmo assim, ela não perdia a alegria de viver.
Não fazia da vida um conto de fadas, nem ficava esperando o príncipe encantado chegar, apenas vivia e acreditava sim, que as coisas podiam ser boas e que a felicidade não era uma completa utopia.
Inúmeras vezes foi parada nas curvas da vida e questionada como podia ser assim, se o mundo estava repleto de dor, se tantas pessoas sofriam, se a depressão era uma doença que crescia a cada instante e a esperança encontrava-se perdida em algum lugar.
Como podia ser tão otimista diante de tanta tristeza?
Mas ela conhecia bem essa realidade, não era uma pessoa insensível, porém, ao invés de lamentar o sofrimento, procurava uma maneira de derrotá-lo.
Valorizava o “estado de luto”, mas só por um tempo. Jamais se fechava em um quarto escuro, aliás a luz a fascinava. O contato com as pessoas e o que poderia aprender com elas, era o seu maior divã.
Lógico que sentia medo, insegurança, revolta, tristeza, era uma pessoa de carne e osso, não um anjo que se perdeu na terra, mas, ao contrário da maioria, não se deixava dominar por esses sentimentos.
Acreditava muito que sempre poderia mudar a sua vida, que poderia fazer algo melhor. E quantas vezes ouviu ironias pelo seu jeito de ser. Diziam que fingia, que guardava uma grande dor, que não compartilhava seus sentimentos e passavam muito tempo procurando uma explicação para o seu jeito.
Mas não havia uma grande explicação ou conspiração como acreditavam alguns. Ela apenas tinha um imenso prazer de estar viva, de poder caminhar, enxergar, falar, dançar (ou fingir que dançava, aí sim ela fingia...), enfim permitia que o sol iluminasse sua vida.
E se estivesse chovendo?
Reclamaria com certeza, mas não deixaria de viver. Acreditava que a vida não era para ser vivida apenas em algumas estações, mas sim por completo, a cada momento. Se passava por uma dificuldade, ficava preocupada, mas não permitia que isso a paralisasse. Permitia-se fazer grandes viagens, mesmo que não saísse do lugar.
Não, não tinha problemas mentais. Apenas viajava muito, viajava pelo seu mundo interno, queria conhecer o seu espírito, compreender os seus sentimentos e mostrá-los ao mundo.
Ah, então era metida?
Não, ela não precisava que ficassem reconhecendo o seu valor, até gostava de receber elogios, mas esse não era o seu principal objetivo.
Apenas queria viver.
Sabia que o tempo não era eterno e nem tinha garantias se no próximo segundo ainda estaria aqui.
Por isso, queria aproveitar o agora.
Muitos também a admiravam.
Mas todos questionavam a sua força interna.
Não que ela fosse privilegiada, mas apenas estava querendo ver o lado bom das coisas. Os momentos de sofrimento, até mais do que os de alegria, não traziam apenas dor, mas também vinham acompanhados de grandes lições.
Não, ela não era maluca. Apenas não ficava cultivando a dor eternamente. Em sua vida, já havia perdido algumas pessoas ou sido obrigada a abandonar coisas que amava.
Mas não se tornara melancólica, tinha plena consciência que iria reencontrar as pessoas que ainda amava nessa ou em outra vida, não importava como, mas sabia que os laços eram eternos.
E falava das perdas naturalmente, afinal sabia que nada estava perdido para sempre e sim que estava vivendo outras situações.
Situações essas, que eram necessárias para a sua evolução espiritual.
Muitos ficavam incrédulos diante de tal atitude. Não podiam achar natural, esperavam que ela chorasse, desmaiasse, fosse rancorosa, solitária e infeliz.
Mas isso realmente não combinava com ela. Não queria ser considerada um exemplo, um símbolo, um anjo “de topo de escada” ou uma Celebridade.
Isso para ela, realmente não fazia a menor importância. Ela seguia o seu caminho, errando muitas vezes, caindo e se machucando, mas sempre continuando.
Em alguns momentos se sentia incomodada com pessoas que faziam de tudo para mostrar que ela estava errada. Até raiva sentia. Mas no momento seguinte, percebia que não valia a pena e que ninguém iria mudar o seu jeito de ser.
Não vivia num mundo de ilusão, como sugeriam alguns. Mas também não queria viver num mundo sem sonhos.
Ela acreditava em seus sonhos e mesmo que não conseguisse realizar tudo o que queria, estava consciente que a vida valia a pena.
E ela era assim, jamais desistia. Podia ser ferida, mas morta jamais!
Tinha suas fraquezas, defeitos, receios e tristezas como todo ser humano, mas a sua força interna, ah, essa era enorme.
E talvez fosse isso que ninguém conseguisse explicar.
Mas para ela isso também não importava, não se ligava a coisas racionais, o sentimento era o seu foco principal.
Sim, ela era alegre e otimista. Fosse nos dias de chuva ou sol.
Para ela, não importavam os fatores externos, mas sim o que sentia.
E ela sentia uma imensa alegria de viver!
Sônia Carvalho
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