A FORÇA DE UM GRUPO
Conta-se que havia um homem que costumava reunir-se regularmente com alguns companheiros a fim de trabalharem, em conjunto, técnicas de meditação, aliadas à compreensão do trabalho interior. Passados alguns anos, entendeu que já sabia o suficiente sobre o assunto e que poderia, assim, realizar um antigo sonho: vagar pelo mundo, usando o conhecimento que assimilara naquele grupo de pessoas.
Passaram-se alguns meses e o homem foi percebendo que sua firme intenção de praticar a meditação na vida cotidiana ia gradualmente arrefecendo. Deixava-se levar pelos acontecimentos exteriores e começava a experimentar novamente aquele sentimento de falta que, certa vez, conduzira-o ao trabalho interior junto aos companheiros.
Certo dia, entrando em uma livraria para tentar encontrar algo que pudesse preenchê-lo, deparou-se com um homem que tinha o mesmo olhar profundo que admirava no líder do grupo do qual participara. Intrigado, começou a lhe fazer algumas perguntas e, em um determinado momento, sentiu-se à vontade para contar-lhe o que lhe sucedera. Bem humorado, o desconhecido, após ouvir sua história, convidouo a ir até sua casa, já que fazia bastante frio e lá poderiam conversar melhor. Agradecido, aceitou o convite e, em silêncio, os dois puseram-se a caminho. Chegando lá, sentaram-se diante da lareira e ficaram contemplando a maravilhosa dança do fogo que ali se apresentava.
Após certo tempo, o dono da casa examinou as brasas que se formaram e, cuidadosamente, separou uma delas em um canto da sala. Continuaram ali quietos por mais alguns minutos até que o visitante percebeu que a brasa solitária fora perdendo o brilho até extinguir-se completamente, restando dela apenas um pedaço de madeira queimada. O anfitrião, percebendo a direção do olhar do visitante, sorriu levemente e recolocou a brasa fria e inútil no fogo. No mesmo instante, ela recomeçou a aquecer-se e a brilhar até ficar esplendidamente fulgurante, rodeada por todos os carvões ardentes que cintilavam na lareira.
Comovido, o visitante olhou para o anfitrião, agradecendo-lhe, com o olhar, o ensinamento silencioso. Pegou sua mochila e, com o coração esperançoso, voltou ao convívio do grupo.
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