A Mente com suas Criações Negativas
Certa vez, um ser celestial veio visitar a Terra e chegou até uma enorme floresta. Encontrou lá uma criatura com milhares de braços e pernas, e cada parte do seu corpo se movimentava constantemente. Ela não parava quieta nem por um momento. Em uma de suas mãos carregava um porrete coberto de pregos e se batia com isso repetidamente. Ela mesma se golpeava e chorava de dor, desespero e pânico. Tentava evitar os golpes que estava sofrendo por sua própria mão e, corria para um lado e para outro, dizendo: “Por favor, não me bata novamente. Não faça isto, por favor!”
Ela estava com muito medo, apavorada, e nem prestou atenção onde andava e caiu em um profundo poço.
Foi bem difícil sair deste poço. Ela demorou muito tempo para subir e, quando conseguiu, se sentou completamente ofegante e cansada. Porém logo que ela se recuperou, ficou de pé e continuou a se bater com sua própria mão,com sua própria arma. Desesperada, correu para uma densa floresta. E momentos depois, saiu de lá sangrando, arranhada e coberta de espinhos. Mais tarde foi para um lindo bosque, onde passarinhos cantavam, onde havia flores bonitas e frutos deliciosos. Mas, ela não notou nada de bom neste lugar. Estava tão apavorada cega pelo medo, pela aversão e ódio de si mesma, que continuou gritando, batendo-se e se sentou tremendo.
O ser celestial, movido pela compaixão tentou ajudá-la, dizendo: “Relaxe. Fique calma. Apenas respire e se tranqüilize. Por que você está se machucando assim? Por que você está sendo violenta com você mesma? De quem você está fugindo?” Onde você está indo?”
Mas a criatura não podia ouvir as palavras gentis do maravilhoso ser celestial. Ela não podia ver seu bondoso sorriso e nem sentir seu toque suave e terno. Não podia sentir sua compaixão e bondade. Ela pensou até que este ser de luz fosse seu inimigo e gritou para que ele não falasse com ela e nem lhe tocasse. De fato, ela não queria melhorar, não queria deixar de sofrer. A expectativa de deixar aquela floresta escura da autodepreciação e crueldade no qual ela vivia, era impensável para ela.
Um sábio que meditava perto dali, abriu seus olhos e se aproximou do ser celestial e lhe falou: “Este é o planeta Terra. Este é o samsara, o mundo do nascimento e morte. Esta criatura que você está tentando ajudar é somente a mente negativa com suas incontáveis criações. A mente está fascinada com seus próprios pensamentos, julga e duvida de tudo. Sempre se puni com suas próprias tendências, alimentando a culpa, as cobranças, o ódio a si mesma. Estes milhares de braços e pernas que ela possui são somente as tendências da mente”.
O ser celestial compreendeu, acenou gentilmente com a cabeça e foi embora“.
Esta história é muito sábia para compreendermos o que fazemos conosco quando cultivamos padrões mentais negativos, hábitos errôneos de pensamentos e alimentamos o ódio a nós mesmos, não nos aceitando, brigando conosco, nos culpando, nos criticando e punindo.
Mas a baixa estima, a aversão sobre você mesmo, não é a sua única escolha.
Você precisa quebrar as correntes da autodepreciação, elo por elo. Pare de se criticar, pois a crítica é como se pegássemos um chicote para nos bater, sem a menor complacência, sem compreensão ou bondade.
Pare de se bater com suas crenças negativas.
O ressentimento, a mágoa, apenas leva você mais profundamente para a escuridão dentro de você mesmo.
O antídoto para o veneno da autodepreciação e baixa estima é a gratidão e o contentamento interior. Ao agradecer a tudo e a todos, você sintoniza-se com as energias divinas e o contentamento surge curando você com o bálsamo da serenidade.
Quando você se aceitar como verdadeiramente é, sem críticas, quando começar a se amar, você realiza as mudanças positivas que lhe transformam para melhor.
Emilce Shrividya
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