ANJOS
Quantos de nós já sentiu um amor assim, incondicional? É assim que Deus nos ama. Não importa o que façamos, pensemos ou sintamos, estamos sempre ao alcance do amor incondicional de Deus por nós, basta que lhe estendamos as mãos e o pensamento e a qualquer momento o encontramos disposto ao perdão, à compreensão ao consolo...
Nós, humanos, usualmente condicionamos nossos sentimentos de amor a alguma coisa. Nos casos mais nobres à pura e simples correspondência. Se somos correspondidos em nossos sentimentos, o amor segue frutífero e, em geral, "a ingratidão desmancha a afeição". Se dizemos coisas como "eu te amo enquanto for correspondido por você" ou "te amo desde que você não ultrapasse esta ou aquela barreira", de Deus sabemos e sentimos que nos ama incondicionalmente. E os anjos, seus mensageiros, espalhados pelo mundo, talvez pousados entre uma e outra linha destes escritos, sorridentes, estão integralmente entregues ao serviço da felicidade de todos os homens, sem exceção, independentemente do que venhamos a sentir ou pensar acerca de um determinado fato da vida que é em grande medida uma tremenda ilusão dos sentidos.
De um ponto de vista mais "científico" ou cientificista, não há mal algum em acreditar em anjos se isso traz paz de espírito, tranqüilidade e até mesmo saúde física e mental. Teologicamente falando, são tantas as referências a anjos nos livros sagrados de todas as religiões que seria ilógico mesmo ser religioso e acreditar que os anjos estiveram na Terra tempos atrás, não se manifestando mais nos tempos contemporâneos.
Dentre as recomendações dos angelólogos, podemos enfatizar a necessidade da leveza, da alegria que nos fortifica as energias todas no agir cotidiano. Anjo é leveza, despreocupação, felicidade, otimismo, ajuda imediata em tempos de aflição ou angústia, até mesmo salvação em casos extremos!
Há quem veja neste processo de "ressurreição" da angelologia algo como "a nova face do velho demônio". Visão tacanha, uma vez que nenhum reino dividido contra si mesmo sobrevive e, se Satanás promove o bem-estar e a felicidade, deixa de ser um anjo decaído, claro. Se pensarmos e mesmo conversarmos com os anjos e isso nos fizer sentir e fazer sempre o bem, qual é o grande problema? O papa João XXIII, Ângelo Giuseppe Roncalli tinha como costume, quando às vésperas de um encontro com alguém ou alguma delegação "hostil" ao Vaticano, conversar com seu anjo da guarda, solicitando que este entrasse em contato com os anjos da guarda dos outros envolvidos e se fosse estreitando os caminhos para que quando o encontro físico efetivamente se desse já se tivesse vencido algumas etapas. Fazer como bom papa, seguir-lhe o exemplo neste ponto só pode ser benéfico. Mesmo se você for cético, há de concordar não haver mal algum em se pensar e seguir coisas que apontam na direção da bondade, beleza, verdade, justiça...
O Dhammapada, livro clássico do budismo informa:
"Nós somos aquilo que pensamos.
Tudo o que somos nasce dos nossos pensamentos.
Com o nosso pensamento construímos o mundo.
Fale ou aja com uma mente impura,
e os problemas o seguirão
como a carroça segue a parelha de bois.
Nós somos aquilo que pensamos.
Tudo o que somos nasce dos nossos pensamentos.
Com o nosso pensamento, construímos o mundo.
Fale ou aja com uma mente pura
e a felicidade o seguirá
como sua sombra, inabalável".
Pensamentos e sentimentos puros, nobres, elevados, sublimes, atraem anjos à nossa volta tão inexoravelmente quanto o aroma das flores atrai colibris. Os anjos preferem o aroma agradável da alegria, da despreocupação, da leveza, da descontração. O fedor da sisudez, da carranca, das feições sérias, severas ou amedrontadas os repele. E é tão bom e salutar rir. Mas rir com o coração! Se você pensar bem, verá que não há nada de assim tão mortalmente sério neste mundo no período que vai de nossa alvorada ao crepúsculo desta curta existência. Estamos por aqui de passagem.
É certo que o noticiário do cotidiano do mundo tem muito de desanimador, mas há avanços concretos e esperançosos, também! Reunificação da Alemanha, fim da "Guerra Fria", acordos entre Israel e OLP. Aos poucos os dirigentes percebem que agiam como meninos peraltas e percebem que suas brincadeiras de mau gosto não agradam a Deus, nem aos anjos e, o que é mais sério, não são operacionais a eles mesmos! A isto o grande psicanalista Hélio Pellegrino chamava com propriedade de "burrice do demônio".
A vida, em síntese, pode ser comparada a um grande jogo de xadrez, por exemplo. Podemos jogá-lo eticamente, correta e até agradavelmente. Ou trapacear, fugir da realidade, "virar o tabuleiro". Vencedores finais do jogo da vida são aqueles que, com a leveza e alegria dos anjos conseguem, malgrado o peso do mundo, tudo fazer para que um número crescente de pessoas seja cada vez mais feliz.
Recbido de Soraya Souza, sem referência do autor
Deixe seus comentários:
As opiniões expressas neste artigo são da responsabilidade do autor. O Site não se responsabiliza por quaisquer prestações de serviços de terceiros, conforme termo de uso STUM.