As Cartas de Cristo (Carta 2 - Parte 9) - Compartilhar a Boa-Nova
Eu, que havia me rebelado apaixonadamente contra as pregações religiosas que ameaçavam os pecadores com violência, castigos e condenações, agora caminhava com alegria para ir ao encontro destas multidões.
Eu tinha a minha “Boa-Nova” para compartilhar com eles e iluminar o seu dia, além de curar suas doenças e aflições, para encher de alegria suas vidas.
Antes eu circulava entre as pessoas egoisticamente e com as mãos vazias, aceitando a sua boa vontade, e às vezes generosidade, com pouca gratidão. Agora eu vinha com uma abundância de possibilidades vivificantes para todos aqueles que estavam dispostos a ouvir minhas palavras e tomar medidas para melhorar a sua qualidade de vida.
Quero que você, que está lendo estas páginas, compreenda plenamente minha posição naquele tempo, meu estado de consciência depois de minha iluminação no deserto e a pessoa que eu apresentava aos meus conterrâneos como “Jesus”. Foram feitas tantas conjecturas a meu respeito que devo contar a verdade a vocês.
Nasci para ter um bom físico quando amadurecesse, fortes traços aquilinos, uma inteligência notável e uma facilidade para a mímica e o riso. Mas como muitos de vocês hoje, não cuidei dos meus talentos terrenos. Na hora de ir para o deserto, meu rosto e minhas maneiras eram o que se poderia descrever como “abaixo” do que deveriam ser. Embora eu tivesse começado a examinar-me e a rebelar-me contra o que havia me tornado, meu intelecto tinha sofrido pelo mau uso que eu fizera dele, constantemente me envolvendo em discussões e discordâncias sobre religião e cedendo a discursos irreverentes. Eu fazia as pessoas rir. Eu era amado pelos homens e mulheres com quem me misturava, mas eles certamente não me respeitavam. Por isso o espanto daqueles que me conheciam quando falei na sinagoga em Nazaré.
Enquanto minha mãe cuidou de minha saúde, eu fiz poderoso uso do conhecimento e da iluminação que me foram dados no deserto. Isso me fez voltar a ser o homem que estava destinado a ser. Quando comecei minha missão, estava inteiramente consciente de que eu era o único com o supremo conhecimento dos segredos da criação e da existência em si. Portanto, podia dizer com perfeita confiança: Ninguém além de mim “viu” o “Pai”. Eu sabia que tudo em que os homens sinceramente acreditavam era falso - irreal. Sabia que eu havia sido especialmente moldado e projetado pelo “Pai” para esta missão. Eu havia sido abençoado abundantemente com a energia física, a vitalidade para falar e a capacidade de conceber parábolas significativas para transmitir a mensagem com sucesso e de uma forma que nunca seria esquecida.
Além disso, eu compreendia os meus companheiros muito bem, devido à longa associação que tinha com eles. Conhecia suas esperanças mais profundas, seus medos mais desesperados, sabia o que os fazia rir e o que os induzia a zombar e a escarnecer dos ricos e pretensiosos. Sabia também a que ponto os velhos e jovens sofriam silenciosa e corajosamente. Experimentava profunda compaixão pela população que vivia com medo, suportando o chicote verbal dos Fariseus e se inclinando diante das leis fiscais dos Romanos. Sabia como seu orgulhoso espírito Judeu havia sido ferido pelos gentios conquistadores, a quem foram obrigados a honrar com cumprimentos verbais, de mão e de joelho, mas a quem desprezavam por trás das portas fechadas. Conhecia e compreendia completamente a vida e o pensamento do povo. Eu já havia pensado seus pensamentos, sentido seus ressentimentos, sofrido suas ansiedades em tempos de privações e me sentido impotente nas garras do governo Romano.
E agora sabia que nada desse sofrimento era realmente necessário. Conhecendo, como eu conhecia, a Realidade da existência, a Realidade do “Deus” Universal, eu podia claramente perceber a insensatez das autoridades Judias, que impunham sobre a população uma penosa forma de vida que era completamente errônea e em total contradição com a Verdade do Ser. Esta situação me causava profunda irritação.
Em consequência, sabia que havia sido perfeitamente moldado e afinado para tornar-me instrumento purificado da Ação Divina na Palestina, dirigido por minha paixão pela VERDADE e compaixão pelo próximo. Por isso eu me chamei “Filho do Homem” - porque sabia exatamente o que a humanidade enfrentava em sua vida cotidiana.
Além disso, eu tinha plena confiança de que poderia alcançar meu objetivo de levar a Verdade às pessoas e assim ser instrumento de mudança na qualidade de suas vidas. Por este motivo, ainda que eu soubesse desde o início de minha missão que haveria um preço a pagar por tudo o que me propus a fazer - virar de ponta cabeça e pelo avesso o mundo conhecido dos Judeus - estava preparado para enfrentar e passar por isso. Não poderia escapar, porque amava as pessoas com o AMOR do “Pai” que fluía do meu coração e ser. Pois o “Pai” AMOR é a essência do DAR - dando-se Ele mesmo no ser e existência visíveis, no crescimento, proteção, nutrição, cura e satisfação de todas as necessidades da criação tornada visível.
*****
Leia também a Parte 26
Leia também a Parte 28
Especial - As Cartas de Cristo
Especial - O eterno abraço de Jesus, o Amigo dos homens
Se desejar adquirir o livro, acesse: www.cartasdecristobrasil.com.br
027/C2
Deixe seus comentários:
As opiniões expressas neste artigo são da responsabilidade do autor. O Site não se responsabiliza por quaisquer prestações de serviços de terceiros, conforme termo de uso STUM.