As Cartas de Cristo (Carta 8 - Parte 13) – Perceber a origem dos conflitos de sua mente e emoções para a harmonia interior
Quando o ego está no controle, aquele que reza o faz com fé e ardor. Mas logo depois de rezar, ao se encontrar com alguém, a fim de ganhar o conforto da compaixão humana conta tristemente o problema que acabou de expor a “Deus” para ser solucionado do modo correto. A forma de consciência e a força que se conseguiu durante a oração, “a petição, a fé e o ardor”, são então invalidados pela autopiedade.
A mente normalmente é como um pântano, um atoleiro de ideias conflitantes. Durante uma situação estressante, uma pessoa pode se esforçar para se concentrar numa afirmação ou uma percepção que lhe dá vida. Porém, como um cachorro brincalhão que lança no ar um saco cheio de papel, a afirmação logo é expulsa da mente e o pensamento estressante que a pessoa estava tentando evitar volta a se apoderar dela. E assim a mente continua a ir para trás e para frente, até que a pessoa deseje sair do conflito.
Seu diálogo interno provavelmente seguirá essa linha: “Não quero me levantar. Não quero tomar café da manhã. Não quero fazer almoço. Não quero ir ao trabalho. Não quero encontrar com tal pessoa hoje. Não quero fazer a limpeza, não quero fazer isso, isto e aquilo”. E assim a ladainha de “rejeição da vida” continua ao longo do dia nas pessoas totalmente descontentes.
Ou então, no lugar de reclamar mentalmente, o diálogo pode seguir a linha do “Eu não SINTO como…”. Todos esses sentimentos vem de impulsos egocêntricos que rejeitam tais atividades porque as percebem como aborrecedoras, incômodas ou como fardos.
Outra possibilidade é você acordar e dizer ou sentir: “É sábado, devo me apressar e me vestir para ir ao mercado. Há coisas que quero comprar. Devo comprar um pouco de morangos antes que sejam todos vendidos. Devo ir às promoções para encontrar uma boa oferta. Vou falar gentilmente com meu marido para que me dê algum dinheiro. Espero ver Patrick quando for ao seu escritório. Quero agradar meu novo chefe, de maneira que trabalharei um pouco mais e me mostrarei alegre para ele. Espero que meu marido compre um carro novo. Estou certa de que encontrarei um lugar para estacionar se eu permanecer positiva. Espero receber um bônus”. Todas essas ideias se originam dos impulsos egocêntricos de ligação: “Eu quero”.
Você também pode encadear diversos sentimentos de “ligação” e “rejeição”: “Espero que meus filhos durmam cedo para que eu possa relaxar. Detesto que me chamem pedindo água e querendo que eu leia uma história quando estou tão cansada, mas devo ser uma boa mãe e passar um pouco de tempo com eles”. “Espero que possa”, “devo ser”, “boa mãe”, “passar tempo com eles”, todos se conectam com a atração-ligação magnética. Essas são as coisas que “quer” para você. Esses pensamentos também surgem dos medos – medo de que peçam para fazer mais do que sente que pode fazer no momento, medo de falhar como mãe. O medo é um impulso que vem diretamente do ego, que exige que esteja à altura para ser aceitável aos seus olhos e ao dos outros, quando você está muito consciente de que não é!
Com o desenvolvimento da civilização, os impulsos magnéticos de ligação-rejeição se tornaram tão complicados e entrelaçados que são difíceis de diferenciar e discernir. “Eu detesto”, “pedir água”, “querer que eu leia”, “estou tão cansada” são todos sentimentos magnéticos de “rejeição – reação”. Uma vez que rejeitar e expulsar requer mais energia do que aceitar e unir, o conflito em seu interior acabará por fazê-lo sentir-se ainda mais desanimado, cansado e culpado, incapaz de encontrar forças para fazer o que realmente, no fundo, desejaria fazer: “passar mais tempo com seus filhos, ler um conto e mimá-los”. Isso daria a você uma sensação de satisfação e de bem-estar, pois, em um nível ainda mais profundo, você sabe que estaria experimentando e expressando amor, enquanto todos os “quero” e “não quero” são uma capa que oculta o sentimento de amor. Quando você está em harmonia com os mais profundos recantos do ser e está experimentando e expressando “amor”, – você está realmente em paz e feliz.
Ao mesmo tempo, observe que nesse monólogo interior que está acontecendo continuamente nas mães cuidadosas, a pequena interjeição de “eu devo passar um pouco mais de tempo com eles” é uma revelação extraída diretamente da CONSCIÊNCIA - DIVINA – VIDA, mas provavelmente você acreditará que é a sua consciência dizendo o que deve fazer.
Talvez você esteja começando a ver que sua mente e emoções são como um campo de batalha onde ideias conflitantes seguem-se umas às outras tão rapidamente que você permanece completamente inconsciente do que está fazendo a você mesmo. Sua mente é uma gangorra. Suas crenças, opiniões e reações mudam conforme ocorrem mudanças em suas relações e em seu meio - um sobe e desce de gostos e desgostos, ressentimento e amizade, possessividade e rejeição. Todo esse alvoroço surge da compreensão superficial de tudo o que está realmente acontecendo em seu meio em um nível oculto. Você se parece com um barco atravessando os mares. Vê o céu, mas não tem a menor ideia do crescimento, movimento e atividade vital que ocorre sob seu casco.
Isso significa que talvez você pense que está se relacionando com alguém de maneira real. Porém, por baixo da superfície e por trás de uma aparência agradável, seu amigo pode se sentir solitário em sua presença, almejando ser compreendido e que você falasse em um nível mais sensível e empático, mais adequado às necessidades dele e às suas.
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