CONHECIMENTO E CRESCIMENTO
“O que me traz aqui? O que faz com que eu venha a este lugar semana após semana? O que venho buscar? O que quero? O que pretendo?”
Poucos se dão conta, mas em matéria de trabalho espiritual, essas são, na verdade, perguntas muito importantes.
E quando respostas sinceras são dadas a essas poucas perguntas, percebe-se que tudo mais é mero acessório, é algo que se usa para justificar as escolhas sem que se precise admitir honestamente suas reais motivações.
A busca do bem-estar íntimo e do crescimento pessoal é legítima e válida, mas não deveria ser o principal ou o único objetivo do ser humano. Pouco adianta querer estar bem por dentro, se, ao lado, ombro-a-ombro, há alguém que não consegue alcançar o mesmo bem estar.
O crescimento espiritual é importante, mas é preciso sempre se perguntar por quê se quer crescer, para que se quer esse crescimento, e o que se pretende fazer com ele. Não há como crescer sem saber para onde se está indo, ou para onde este crescimento conduz.
Cada faísca de luz espiritual absorvida por uma consciência é uma pequena cota de responsabilidade acrescentada à sua bagagem eterna. Não há como crescer e se iluminar sem iluminar e promover o crescimento de outros. Não é possível evoluir sozinho. Ninguém se torna melhor sem oferecer algo de sua própria melhoria para a evolução dos que estão à sua volta, pois todo crescimento espiritual alcançado de forma individualista e isolada, por mais profundo que seja, será efêmero, disperso e pouco efetivo.
Por outro lado, uma consciência que cresce e se ilumina nunca está obrigada a carregar consigo passivamente outras consciências acomodadas em sua sombra, pois o verdadeiro crescimento espiritual só acontece quando cada consciência toma a iniciativa e cria as condições para a sua própria evolução.
O processo de despertamento espiritual é dinâmico e ninguém poderá iluminar-se, de fato, sem aplicar a luz conquistada em benefício daqueles que o acompanham ou sem que, intimamente, busque se beneficiar e aprender com a luz de outros que também estão no processo de iluminação própria.
Que ninguém se engane: quando alguém recebe ou conquista um conhecimento e cresce com ele, contrai também uma dívida com o universo, que só poderá ser administrada na medida em que esse mesmo conhecimento for colocado à disposição de outras consciências permitindo que a luz se multiplique à proporção em que é dividida.
O conhecimento alcançado por alguns está sempre à disposição de todos. A diferença está no esforço empreendido, no interesse demonstrado, na energia investida. Todos têm em si as mesmas capacidades e potenciais para crescer e se iluminar, porém poucos querem investir o tempo e a energia necessários para disparar o processo e mantê-lo ativo.
Nada no universo se cria, se mantém ou se transforma sem um grande investimento de energia e vontade. E todos os seres criados têm em si mesmos o dom de co-criar para si e para os outros.
Resta saber o que criar, já que a energia e a vontade para criar algo bom é a mesma que se despende para criar algo destrutivo. O que faz a diferença e determina a direção é o discernimento daquele que escolhe criar.
E o mais paradoxal é que, muitas vezes, o mesmo conhecimento que ilumina e promove crescimento, pode destruir, embotar e desviar consciências. Para administrar esse paradoxo entra novamente o discernimento pessoal que filtra e determina o que é melhor para ser absorvido e depois repassado para aqueles que seguem o mesmo caminho.
Maísa Intelisano
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