Constatação da Ecologia Cinza
São quase 16hs - janeiro de 2007, o sol de verão arde na pele derretendo o asfalto. Vai chover forte, muita água lavará as ruas e carregará o LIXO para os bueiros, para os rios, para o seio da Mãe Natureza.
Parada no ponto de ônibus rumo ao Metrô Madalena, distraio-me observando o comportamento das criaturas que circulam em redor.
Em pouco tempo, talvez vinte ou trinta minutos, pude relacionar vários atos impensados, inconscientes, desprovidos de bom senso, sensibilidade ecológica, educação e tantos adjetivos mais.
Não pensem que tais atos irritantes partiram apenas dos menos favorecidos, dos menos educados ou pobres trabalhadores braçais. Observei de tudo um pouco; do carrão importado, do provável empresário endinheirado, vôou uma lata de coca-cola vazia, que desavisadamente atingiu o pára-brisa de um veículo da VIVO, assustando e irritando o motorista que estressado emitiu um sonoro palavrão.
Ao lado, na saída do estacionamento do Banco ITAÚ uma mulher bem vestida, acendeu seu último e poluente cigarro, amassou o maço e displicentemente jogou na calçada bem na minha frente.
Em seguida, tomei o ônibus e dentro flagrei um rapaz moderninho com seu MP3, jogar sem nenhum constrangimento um saco aluminizado de salgadinhos pela janela do coletivo. Olhei-o firmemente com ar de censura, que colocou seus óculos escuros e fingiu não notar. Que cômodo!
Desci no Metrô Madalena e já notei uma avalanche de papéis e sacos plásticos entulhando a calçada ao lado de um bueiro, provavelmente lançados ali por um grande números de outros seres humanos anestesiados e despreocupados com o mundo em que vivem - provavelmente pensem (se é que pensam...) não ser problema seu, mas do governo.
Ao chegar ao meu destino, longe dali, presenciei Homens Autorizados a podar árvores públicas, simplesmente destruindo uma bonita goiabeira cheia de frutos cheirosos (no mínimo alimento de pássaros). Penalizada, perguntei por que cortavam? Prontamente, justificaram que quando ela crescesse mais um pouco iria encostar nos fios de eletricidade e que era mais fácil eliminá-la de uma vez. Falta de orientação e insensibilidade.
O horror está instalado. A destruição do Planeta plantada firmemente na não-cultura e na insensatez, no despreparo da maioria dos educadores (pais, professores, dirigentes...), na falta de cidadania e preocupação com o próximo (... o próximo pode ser seu filho, mãe, amigo...) na falta de Amor e Respeito pela Vida.
Finalmente, hoje na hora do almoço, ouvi de um senhor de 85 anos a triste e cruel declaração de que não há mais jeito! Que o excesso de gente sem educação, cultura ecológica e em desespero pela sobrevivência, assolará irremediavelmente o Planeta. Uma consciência amarga e sem fé no futuro - quantas mais pensam assim? Quantas mais acreditam que nada mais resolve ou vale à pena? Não será esse um dos fatores de agravamento da sáude planetária?
É desesperador! Mas, ainda acredito no Homem, na força do Universo e na Natureza. Os Deuses hão de inspirar a Humanidade, as Autoridades, os Poderosos, os Comuns e as Crianças. Afinal Deus não poderá deixar sua Criação relegada à simples e despropositada deterioração.
É preciso dar uma chance a regeneradora Mãe Natureza, unamo-nos ao Planeta!
Márcia Padovan de Moraes
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