CRISE É O FERMENTO DO CRESCIMENTO
Todos, em alguns pontos de sua caminhada, passam por períodos de revisões. São as necessárias fases de parada e reavaliação do que se foi e se fez até então.
Às vezes eles se afiguram como sombrios, permeados por inquietude, insatisfação, frustração e vontade de mudar tudo. Uma tendência a negar o passado e o presente e o desejo de buscar outros caminhos completamente diferentes daqueles até então percorridos. E isso acontece intermitentemente ao longo de toda a vida, desde a adolescência até a velhice. É assim como se a natureza em sua sabedoria sacudisse-nos para acordarmos e sairmos do marasmo, dizendo: está na hora de crescer!
Alguns se assustam e perguntam-se: por que isso agora quando a minha vida estava tão estável? O que está acontecendo? O que há de errado comigo? Não há nada de errado. Errado é passar a vida no mesmismo e não crescer nunca! A imagem de uma vida tão calma e previsível quanto um lago parado pode ser poética e confortável, porém é morta.
É um lago sem vida, estático e de falsa beleza. Sob sua aparência esconde no seu fundo muita lama e sujeira e basta um pequeno movimento para suas águas se tornarem turvas. Enquanto isso, o mar em seu movimento eterno, com suas ondas que nunca são iguais umas às outras, traz renovação. Ele consegue modificar até o aparente imutável que são as rochas que se lhe antepõem no caminho. Em seu fluxo e refluxo deixa limpa a areia das praias. Ele é o elo que liga todas as terras e povos.
Isto é vida renovada! O lago, por sua vez, continua pequeno, quieto, fechado em si mesmo. É um egoísta com muito medo de viver disfarçado em sua aparente calma. Por isso o mar está sempre crescendo, o lago não. Portanto, os momentos de mudança na vida são verdadeiros ritos de passagem e que não devem ser temidos, mas ansiados e até bem-vindos. Eles são uma grande oportunidade de crescimento interior se bem aproveitados. É quando somos forçados a tomar consciência de nós mesmos.
Observe como, depois de algum sofrimento, dor ou dificuldade a pessoa sai dele um pouco maior, mais sábio. Claro que, muitas vezes, o preço a se pagar por esse aprendizado é alto e ninguém vai ficar desejando sofrer como meio de crescer e saber mais!
Mas, depois de séculos sujeitas a essas tempestades espontâneas, fora do nosso controle e pouco compreendidas, hoje, em todo o mundo, mais e mais pessoas estão descobrindo que não é necessário aguardar as intempéries ocasionais para aprender sobre a vida e estão procurando conscientemente conhecer melhor a si mesmas. Através dessa busca encontra-se o meio facilitador de acelerar o processo de crescimento e conseguí-lo não só sem dor, como também antecipando e evitando a necessidade de passar por esses mesmos momentos de maneira imprevista e para os quais nunca se está preparado. É com muita satisfação que tenho visto um número cada vez maior, inclusive de pessoas bem jovens, dedicando-se a esse caminho promissor e aprendendo coisas que, se deixadas ao sabor da própria vida, iriam descobrir muitas delas somente na velhice e aí talvez o tempo se mostraria curto para aproveitá-las. Fico imaginando quanto terão crescido e quanto saberão quando estiverem na maturidade! Como será bom para eles não ter que passar por situações de aprendizado doloroso que muitos de nós tivemos que fazê-lo para sabermos o que agora sabemos.
Mas, não importa a idade e nem quantos anos nos restam, o importante é fazer ativamente algo para que a vida daqui em diante se torne cada vez mais plena e cheia de sentido, aprendendo a questionar-se e reavaliar-se porque, cinco, dez ou quinze anos felizes, valerão muito mais que todos os anos passados no escuro. Caso contrário resta apenas sentar-se às margens do lago parado da própria vida e aguardar passivamente a morte chegar.
Recebido de Rejane Guimarães
Grupo Raio de Luz
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