DESEJO X NECESSIDADE
"O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje." Jesus - Mateus 6:11
Quem de nós realmente tem tudo o que deseja? Felizmente ninguém!...
Deus conhece bem todas as nossas limitações, necessidades e desejos e, por essa razão, não nos atende todos os pedidos, deixando-nos, assim, a oportunidade de aprender e crescer por nós mesmos.
Muitas vezes, não compreendemos de imediato a razão de ser deste ou daquele acontecimento, mas, parando um pouco para pensar a respeito, vemos que, na realidade, só tiramos vantagens de tudo o que nos acontece.
A falta de dinheiro, freqüentemente, nos impede de "comprar" muitos erros e abusos e nos leva a reconhecer o verdadeiro valor das coisas materiais e o esforço que é preciso fazer para obtê-las honesta, digna e equilibradamente.
A falta de saúde, muitas vezes, nos obriga a prestar mais atenção às necessidades do nosso espírito, permitindo-nos ter mais tempo para os amigos e familiares, fazendo com que caminhemos mais devagar pela vida, valorizando cada momento, cada pequena parcela de vitalidade.
A falta de compreensão, no mais das vezes, nos leva a perceber o que precisa ser mudado em favor da caridade e da solidariedade em nosso comportamento, o que ainda está por ser melhorado em nós e o quanto trazemos de intolerância e incompreensão em nosso íntimo.
A falta de trabalho nos obriga a buscar recursos e habilidades, dentro e fora de nós, os quais não supúnhamos ter, para vencer as dificuldades e criar novas oportunidades.
A falta de amigos em nossa vida permite que nos voltemos para dentro de nós mesmos, fazendo descobertas incríveis a nosso respeito e sobre coisas que ainda desconhecíamos ou não conhecíamos completamente.
As carências todas, bem como as farturas, nos proporcionam o trabalho e o aprendizado necessários ao nosso crescimento e fortalecimento. Mas para conseguirmos realmente isso, é preciso que aceitemos de bom grado as lições e testes que a vida nos impõe, a fim de que não nos entreguemos ao desespero e à revolta, à culpa e ao desânimo.
Cabe somente a nós aceitar, de coração, as determinações do Pai a nosso respeito, pois, uma vez aceitas essas determinações, torna-se muito mais fácil trabalhá-las e conviver com elas, modificando-as para melhor.
Aceitação, no entanto, não implica em conformação ou acomodação, mas, sim, em serenidade para receber e disposição para transformar o que vem, sem vacilar na alegria e na fé consciente em Deus e em seus propósitos.
Aceitar não é esperar que aconteça, mas fazer acontecer valendo-se dos recursos que o Pai, através da vida, coloca ao nosso dispor.
Quem aceita com discernimento não se acomoda diante da insatisfação, do erro, do desânimo ou da ignorância, mas trabalha confiante, dia após dia, no intuito de alcançar coisas melhores, certo de que, por hora, está fazendo o melhor que pode.
Quem aceita com equilíbrio, realmente não tem tudo o que quer, mas sabe que recebe sempre tudo o que merece e necessita.
(Maísa Intelisano - setembro de 1996).
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