Em busca do caminho perdido
Saimos pelo mundo em busca de nossos sonhos e ideais, embora sabendo que muitas vezes colocamos em lugares inacessíveis tudo aquilo que está ao alcance das mãos. Quando descobrimos o erro, começamos a achar que perdemos muito tempo buscando longe o que estava perto; e por isso nos deixamos invadir pelo sentimento de culpa, pelos passos errados, pela procura inútil, pelo desgosto que causamos.
Não é bem assim: embora o tesouro esteja enterrado na sua casa, você só irá descobri-lo quando se afastar. Se Pedro não tivesse experimentado a dor da negação, não teria sido escolhido como chefe da Igreja. Se o filho pródigo não tivesse abandonado tudo, jamais seria recebido com festa por seu pai.
Existem certas coisas em nossas vidas que tem um selo dizendo: "você só irá entender meu valor quando me perder - e me recuperar". Não adianta querer encurtar este caminho.
O padre cisterciense Marcos Garcia, que vive em Burgos, Espanha, comentava: "às vezes Deus retira uma determinada benção para que a pessoa possa compreendê-Lo além dos favores e dos pedidos. Ele sabe até que ponto pode provar uma alma - e nunca vai além deste ponto.
"Nestes momentos, jamais digamos que Deus nos abandonou. Ele jamais faz isto; nós é que podemos, às vezes, abandoná-Lo. Se o Senhor nos coloca uma grande prova, também sempre nos dá as graças suficientes - eu diria, mais que suficientes - para ultrapassá-la. Quando nos sentirmos longe do Seu rosto, devemos nos perguntar: estamos sabendo aproveitar o que Ele colocou em nosso caminho?"
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