Fábula Cristã
A caridade nunca jamais há de acabar. (Paulo - I Coríntios 13:8)
Em algum lugar do Universo, uniram-se um dia, pelas leis do matrimônio espiritual, o Amor e a Fé, em regime de comunhão universal de bens cósmicos. Sua vida, sempre cheia de grandes venturas, transformou-se logo em grande exemplo de cumplicidade na bondade e força no trabalho.
Deus, o Criador amoroso, reconhecendo o grande benefício desta união, concedeu-lhes, como filhas queridas, a Alegria e a Paz, enchendo seus corações de muita gratidão.
Esta família especial perseverava, cada vez mais, em seu esforço bendito e, como somente o bem brotava daqueles corações bem-aventurado, entregou-lhes o Pai outros dois filhos muito amados, o Perdão e o Devotamento, trazendo-lhes ao lar ainda mais luz e harmonia.
Levando sempre o consolo e o amparo a todos as criaturas do Universo, continuaram eles a seguir sua iluminada inspiração, repartindo, aqui e acolá, um pouco das muitas bênçãos que recebiam de Deus, levando alívio, contentamento e esperança por onde quer que passavam.
Um dia, encontraram doce criatura, só e esquecida. Apesar de sua tristeza, seus olhos transmitiam muita ternura e suas mãos pediam apenas um pouco de carinho. Era ela a sublime Caridade, enfraquecida e tristonha por tão longo período de abandono e esquecimento.
A bem-aventurada família não hesitou um só momento. Adotou, como filha abençoada, aquela que seria a dádiva maior que o Criador lhes concedia. A formosa Caridade logo conquistou seus corações e mostrou-lhes que, além de distribuir o muito que lhes sobrava, podiam eles também repartir aquilo que jamais lhes faltava, o pão do espírito, levando luz e alento aos que ainda permaneciam presos aos laços da ignorância e do
desespero, debatendo-se nas frias teias da maldade e da mesquinhez.
O trabalho nunca parou e, ao longo do tempo, muitas e muitas criaturas foram abençoadas com a visita desta iluminada família que sempre tinha um bocado de carinho ou um punhado de afeto para dar aos que choravam na dor e na aflição.
Hoje, grande é a graça que impera no íntimo de cada coração daquela família, pois a eles se juntaram muitos outros irmãos que, tocados pela singela felicidade irradiada pela irmãzinha Caridade, tornaram-se devotados colaboradores de sua divina obra.
E assim, a Compreensão e a Piedade, o Sorriso e a Boa Vontade, a Paciência e o Companheirismo, a Serenidade e o Discernimento, a Compaixão e o e muitos outros irmãos iluminados se reúnem diariamente em torno da piedosa irmã Oração para pedir e vibrar amorosamente pelos entes mais necessitados do Universo: o pobre Egoísmo e o infeliz Orgulho.
E em prece fervorosa, junto à irmã Oração, suplica, ao Pai, a doce Caridade:
"- Senhor, tu que tudo nos deste e que tanto nos enriqueceste, lembra-te também da nossa irmã Humanidade, por quem sempre esperamos para completar a obra de misericórdia e pacificação que Jesus iniciou. Desperta o coração e a alma daqueles que ainda se encontram mais endurecidos, mas, sobretudo, Pai, sustenta o ânimo daqueles que, tocados pela suave luz do Cristo, já voltaram a enxergar e se voltam para ti num clamor de esperança e gratidão. Afinal, Pai, sem a querida e rica Humanidade, nada mais nos resta, nada mais somos além de um amontoado de palavras e idéias sem sentido..."
E quando a sentida súplica termina, eis que desce sobre a Terra uma sublime claridade que banha todas as criaturas, reanimando os espíritos, renovando os pensamentos e transformando os sentimentos...
Nesse momento, guiada por tão formoso farol, parte a irmãzinha Caridade em busca de mais alguns afortunados companheiros que, sem saber por quê, experimentam indizível sensação de bem-estar e choram lágrimas da mais pura emoção que pode haver...
E sem cansar, segue ela convidando:
- Não gostarias tu também de ser mais um sincero trabalhador na seara de Jesus, colaborando com a irmãzinha Caridade?...
Recebido espiritualmente por Maísa Intelisano em maio de 1999.
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