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IRREALIDADE DA SEGURANÇA MATERIAL

IRREALIDADE DA SEGURANÇA MATERIAL
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Enquanto o homem não experimentar o seu eu real, será infeliz. A posse de coisas materiais e o deleite com os prazeres materiais só aliviam e acalmam essa infelicidade, e mesmo assim temporariamente, mas não a removem.

Qual a maior necessidade do homem? Respondo com simplicidade: a Verdade! Porque nenhuma outra satisfação porá fim aos seus descontentamentos.

Como os recursos do homem, na maior parte, são puramente materiais, podem fazer com que ele atravesse situações. Mas não podem fazer com que atravesse todas as situações. Para enfrentar algumas delas precisa de recursos espirituais, e se não os tiver ficará num estado lastimável.

É verdade que a propriedade, o dinheiro e as posses dão à maioria dos homens uma sensação de segurança. Mas como essa segurança depende dessas coisas, elas trazem ansiedades, preocupações e até mesmo medos, juntamente com seu conforto e apoio. Eles ainda precisam descobrir ou acrescentar uma segurança independente dessas coisas externas, que seja pessoal. Isso só pode vir de dentro. Mas deve vir de um nível mais profundo que o de seus pensamentos e emoções comuns. Estes são instáveis demais, sujeitos demais a estados de ânimo. Quando chega a hora da calamidade, eles descobrem como esse conforto é vazio, como estão realmente isolados em sua impotência espiritual.

Os homens que sofrem viajam para esquecer seus fardos, mas lamentavelmente descobrem que a memória passeia no tombadilho a seu lado, que o ego viaja no mesmo trem, e que a mente deita sua cabeça palpitante no mesmo travesseiro de hotel. Podem fugir do mundo inteiro mas, a menos e até que o pensamento seja conquistado, não podem fugir de si mesmos.

Ganhar dinheiro e obter sucesso profissional são coisas que têm seu lugar próprio na vida e devem estar de acordo com esse lugar, mas – em comparação com a realização da aspiração espiritual – devem ser consideradas num lugar bem secundário.

Neste país, os homens estão mais ansiosos para melhorar suas fábricas do que a si mesmos. Aceitam suas próprias imperfeições com complacência e satisfação, mas as imperfeições de seus automóveis – nunca! Entretanto, qual é a utilidade de correrem de um lugar para o outro nesta terra se nem mesmo sabem por que estão aqui?

Uma existência sem nenhum objetivo superior aos meramente físicos, nenhuma atividade mais nobre que as meramente pessoais, nenhuma referência interior a um propósito espiritual tem que depender apenas de seus parcos recursos. Não conseguiu beneficiar-se de sua conexão com o poder que há por detrás do universo.

Nossa vida cotidiana torna-se mecânica, obediente às exigências do mundo, e nossas atividades cotidianas repetem-se monotonamente; isso só ocorre quando não há objetivos espirituais, aspirações espirituais e práticas espirituais para oferecer resistência a esse movimento.

Somos considerados pessoas estranhas porque ocupamos nossa cabeça com a procura de uma realidade intangível. Mas jamais ocorre a nossos críticos que é muito mais estranho eles continuarem vivendo sem parar para se perguntar se existe algum propósito na vida.

Chega uma hora no desenvolvimento do homem em que ele sabe que tem de colocar de lado as trivialidades da vida frente às exigências que lhe são impostas por sua natureza superior.

No momento em que nos convencemos de que a vida universal tem um propósito mais elevado que a mera reprodução da espécie, nossa vida individual adquire um sentido superior, uma significação gloriosa.

É isso que dá à nossa pobre vida seu significado e a resgata de seu caráter efêmero.

A maioria das pessoas ignora a importância desse trabalho e muitas a desconhecem. Elas acreditam que é uma preocupação de sonhadores que desperdiçam seu tempo ou de neuróticos mal-ajustados. Se não o tratam com indiferença, tratam-no com insultos diretos ou tolerância insolente. Mas se compreendessem que ele penetra na base da vida humana e afeta os fundamentos dos problemas humanos, seriam menos arrogantes em sua atitude. É importante para o indivíduo e para a sociedade em todas as épocas, mas é infinitamente mais importante nesta época grave e crítica.

Quem são os seres humanos mais importantes do mundo? Os que tentam trazer a sanidade para um mundo insano ou os que tentam perpetuar essa condição?

Paul Brunton – Do livro: A Busca – Ed. Pensamento

Recebido de Jorge Carlos Costa


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