KHADIJA
Tudo se deu numa quarta-feira. Khadija virou-se da cama, viu o relógio... Marcava 7 horas. “Está na hora de ir pro colégio!”, pensou ela.
Todas as manhãs eram iguaizinhas: acordar, tomar banho, vestir o uniforme da escola, dar bom-dia aos pais, tomar café, escovar os dentes, pegar a mochila e caminhar pra escola. Que coisa!
Naquele dia, Khadija sentia algo estranho... Estava cansada. “Mas como? Acabei de acordar, estou cansada!!!!”, protestou consigo mesma.
Deve ser o sono... Pegou sua mochila e foi seguindo pra escola. A cada passo que dava via algo diferente no caminho. O mesmo que ela seguia semanalmente, há 13 anos, desde que começou seus estudos.
“Engraçado... não tinha visto aquele ninho de pássaro ali... que bonitinho!”, “E aquela avó com aquele nenezinho fofo!”, “Nossa! Que flor linda!”
Tinha algo diferente naquele dia! Mas como? Se era igualzinho aos outros dias?
Não! Não era igualzinho aos outros dias... Khadija estava cansada!
Cansada de ter fechado os olhos durante 13 anos. Naquela quarta-feira, ela tinha aberto os seus olhinhos verdes para o mundo. E isso a deixara cansada, pois perceber o mundo requer força interior e amadurecimento...
Depois da quarta-feira, nunca mais os dias foram parecidos para a menina Khadija... O cansaço se fora e a vontade de “dormir” também.
Hoje, faz exatamente 45 anos que Khadija “acordou”, e ela ainda diz aos seus netos e filhas:
- Meus filhos! Quando vocês cansarem de tudo. De fazer tudo igual todos os dias... Olhem o mundo com os olhos da alma. Conhecerão a real beleza das coisas e saberão como viver de verdade!
*Khadija é um personagem fictício.
(Hellen Katiuscia de Sá)
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