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Mundo Paralelo: Uma luta que ainda não terminou

Mundo Paralelo: Uma luta que ainda não terminou
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Aleski, um participante do site SOMOSTODOSUM, me diz uma coisa interessante, após a leitura do artigo "A chácara mental do Pedro".

"Moro numa cidade onde já houve revoluções, e num dos locais por onde caminho ocasionalmente ocorreu uma batalha muito sangrenta. Nesse lugar eu consigo perceber, como se fosse num mundo paralelo, uma luta que ainda não terminou. Ainda percebo os homens, os cavalos, o ímpeto de guerra. Agora, ao ler o artigo, penso nas energias transmitidas por ali e por outros locais semelhantes e no que podemos fazer para modificá-las".

É uma preciosidade este comentário e merece toda minha atenção e a de todos que se interessam por assuntos espirituais. Eu me recordo das histórias que meu pai contava. Ele foi tropeiro na cidade de Pirangi, onde nasci. Enquanto nós crianças ficávamos de boca aberta, ele nos falava dos lugares assombrados que encontrava em suas viagens. Numa árvore onde um homem se enforcara, o cavalo empinava e não obedecia seu comando, fincando as patas no chão. Ele, por sua vez, sentia um calafrio. Nos arredores da cidade aconteceu, certa vez, uma briga entre parentes, por causa de herança. Um foi morto e outros feridos. Por muitos anos um fato estranho se repetia. Ouvíamos, dizia ele, um ruído estridente, como se alguém estivesse passando pela estrada assobiando. Olhando pela fresta da porta, ele garantia para quem quisesse ouvir, que era o saci pererê, um menino pretinho de uma perna só, que passava levantando pó na estrada. E o curioso é que sempre que isso acontecia, sempre à noite, na casa as brigas se repetiam no dia seguinte, deixando sempre um saldo trágico na família.

Na cidade de Itapeva, um amigo meu decidiu comprar um sítio. Quando finalizou o negócio, o homem lhe disse:
"Foi Deus quem mandou o senhor aqui, Sr. João".
Passados uns tempos e não obtendo bons resultados com aquela compra, ele decidiu vendê-la. Ninguém se interessava e quando ia dar certo, algo acontecia e o negócio se desfazia, de repente. A seu pedido fomos lá, eu e a Maria, para fazer uma observação espiritual. E ela viu um cenário espiritual diferente no lugar e pode ouvir dos Espíritos que ali viviam uma história interessante. Em vidas passadas o meu amigo fora fazendeiro, tendo agido com extrema avareza e violência, como aliás era de hábito antigamente. Ficou com esta conta aberta, no Universo. Quando o homem que vendera o sítio disse para ele que fora Deus que tinha mandado ele ali, estava, sem ter consciência, dizendo uma grande verdade. O processo de resgate poderia se cumprir e ele fora atraído para finalizar esse caso aberto de sua história/conta espiritual.
No entanto, segundo os Espíritos, ele precisaria colocar o sítio em atividade, reativando a lavoura, dando trabalho digno e salário justo para os empregados; tornando aquele lugar alegre com iniciativas de congraçamento entre todos e, além disso, fazia parte do projeto redenção, a construção de um Centro Espírita, onde ele poderia colocar em prática tudo que aprendera até então, em favor tanto do pessoal da região, como dos Espíritos que ainda estavam vivendo nas paragens, dominados pelo rancor e desejosos de vingança, por causa das atrocidades cometidas por ele próprio no passado.

Era esse o grande projeto e por isso, o Universo / Deus o mandara até aquele lugar, para comprar o sítio. Depois de passar todas as informações, fizemos várias sessões na casa e até em outros lugares do sítio, procurando ouvir e conversar com os Espíritos além de dar-lhes apoio, quando fosse assim o desejo deles. Isso não bastava. A tarefa maior era dele, não nossa. Fizemos nossa parte e voltamos para São Paulo. Tempos depois, soubemos por ele que não realizara nada daquilo que fora programado por ele mesmo, antes de sair do "andar de cima", como diz a Vera de Azevedo Costa. Ele conseguiu vender o tal sítio após muitas tentativas infrutíferas, arcando com um prejuízo financeiro enorme.

Logo depois, por iniciativa de uma outra amiga, inspirada, naturalmente, por aqueles mesmos Espíritos, iniciamos naquela cidade uma atividade espiritual que durou dois anos, incluindo sessões de cura, desobsessão e treinamento mediunico para criaturas cuja mediunidade estava florescendo. E neste trabalho tivemos oportunidade de encontrar quase todos os Espíritos que estavam no sítio do Sr. João. Todos eles lamentavam a fuga do ex-fazendeiro. Mas cada um, dentro da sua cota de merecimento, necessidade e vontade, recebeu apoio e inspiração para retomar o caminho do Bem e da Paz.

Em uma cidade do interior do Rio de Janeiro, fomos convocados, por um amigo, para visitar uma casa. Ficamos assustados com o tamanho dela. Está localizada numa antiga fazenda. Na casa tinha capela e até o antigo pelourinho, onde os escravos eram sacrificados. As cadeiras com espaldar talhado em madeira de lei, eram formosas e pesadas. Enquanto andávamos pelos cômodos, a Maria ouvia o ruído de correntes se arrastando pelo assoalho, enquanto na capela uma missa estava sendo realizada, por seres invisíveis. Fizemos uma reunião, pois o pessoal que residia nela tinha dificuldades com doenças, intrigas e barulhos estranhos.

Convocamos o apoio de alguns Espíritos, acostumados com este tipo de trabalho (índios, preto-velhos e outros mais) e tivemos êxito. Conectamos as criaturas do "andar de cima" com o Grupo Espírita de nosso amigo. Eles foram recebidos com carinho e orientados. Depois, o pessoal realizou uma ação vibracional inteligente e amorosa, desfazendo o cenário energético. Nesse caso, não havia nada pessoal e nem ódio ou vingança. Eles apenas estavam naquele lugar, "pensando" que ainda se tratava daquela tão injusta fazenda.

Wilson Francisco


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