No Cenário da Vida
Não importa, ó homem, qual o papel que te coube no drama da vida.
Rei ou vassalo, milionário ou mendigo, filósofo ou analfabeto - não importa.
Se o mendigo no palco desempenhar bem o seu papel de mendigo, receberá mais aplausos do que o rei que não soube fazer o papel de rei.
Mais vale desempenhar com inteligência o papel de tolo, do que tolamente fazer o papel de inteligente.
Quando houveres desempenhado do melhor modo possível o teu papel, brilhante ou humilde, no cenário da vida não esperes pelos aplausos da platéia.
Desaparece em silêncio por trás dos bastidores do esquecimento, da ingratidão ou da morte ...
Por todo o bem que tu fizeres espera todo o mal que não farias...
Se a platéia te aplaudir, agradece a boa intenção - mas não contes com isso!
Se a platéia te vaiar, tolera a injúria - mas não te entristeças por isso!
Não valem uma lágrima nem um sorriso todos os elogios ou vitupérios do mundo.
Não és santo porque os homens o dizem - nem és celerado porque os homens o afirmam...
Seja-te suficiente galardão, a consciência do dever cumprido do melhor modo possível.
Não necessita de apoteose verbal quem dentro de si traz a apologia real da justiça e da verdade.
Pode sofrer sereno e calmo todas as vaias do mundo, quem não buscou os aplausos dos homens.
Mais feliz se sente na derrota do que na vitória, quem não é derrotado por vitória alguma.
Mais luminosa é para o herói a escuridão dos bastidores do que para o covarde o fulgor da ribalta.
Não vale a vida pela extensão que ocupa no tempo ou no espaço - VALE PELA INTENSIDADE COM QUE É VIVIDA.
Huberto Rohden
Precursor do espiritualismo universalista, filósofo, educador e teólogo catarinense.
https://www.fatimairene.com/relicario/no_cenario_da_vida.htm
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