No dia a dia
Acorda agitado e antes de ter tempo para sintonizar-se com a espiritualidade maior, mergulha-se nos problemas.
Ao invés de aproveitar para acalmar-se na água que lhe banha o corpo, inquieta-se com os pensamentos conturbados.
Antes da primeira refeição já está a se alimentar de resmungos e lamentações.
Gritarias, ofensas e mau humor misturam-se ao seu café.
Escolhe a roupa a vestir, mas esquece de usar a vestimenta da fé e da coragem. E desse modo, já nas primeiras horas do dia, sai pelas ruas abatido como se carregasse pesado fardo.
Perde-se nas dúvidas e permite que as aflições avancem o sinal e coloquem em perigo a sua segurança emocional.
No decorrer das horas, facilmente encontra-se com a irritação que aniquila toda e qualquer inspiração celestial que tente se aproximar.
Não percebe as ideias fixas e nocivas que alimenta e que derramam o desequilíbrio em sua vida.
Invigilante, abraça a maledicência, a leviandade e o sarcasmo, fortalecendo o elo com as faixas inferiores.
Diante da prova, logo se desestrutura, prendendo-se ao desespero.
Se sofre críticas, não pára e analisa se são construtivas, preferindo se defender através do melindre.
Sente-se sempre ocupado para um simples gesto de caridade, um telefonema, o envio de mensagens de ânimo, mas não perde a chance de render-se aos mexericos da vida alheia.
Ao invés de beber da água da paz, sacia-se nos pré conceitos, apontando e julgando.
Abstém-se da humildade preferindo a companhia da vaidade.
Pretere o minuto de vibração amorosa, valorizando as horas a relatar minuciosamente as calamidades.
Aprofunda, compartilha e principalmente multiplica os assuntos desenfreados na violência e no erotismo.
Por diversas vezes, sente-se fisicamente indisposto e não percebe que o problema antes encontra-se no seu Espírito.
Durante as refeições saboreia a comida juntamente com os fluidos deletérios emanados de conversações menos edificantes.
Acumulando preocupações e contrariedades, lentamente envenena o seu íntimo e nem se dá conta.
Incapaz de encontrar meios de praticar a caridade atrofia seus talentos gerando profundas dores.
Distanciando-se da oração, vai pouco a pouco se enfraquecendo espiritualmente e sucumbindo às sombras.
Exercendo por diversas circunstâncias o orgulho, afasta-se da luz divina e segue em direção aos espinhos. Tendo como resultado, mais sofrimento para sua vida.
Sente-se sufocado e não compreende que o ar que lhe falta é o do Evangelho.
Nasce a impressão de sentir, por todos os lados, intenso odor desagradável, sem raciocinar que são provenientes dos sentimentos nocivos que carrega contigo.
Retorna para o lar, mas não encontra a paz, porque adentra repleto de mazelas e em nenhum momento recorda-se de ir ao encontro da fraternidade espiritual.
No meio das tristezas, remorsos e mágoas como encontrar o sono?
Parece não haver descanso, muitas vezes, sente a alma doente, mas novamente não busca fortalecê-la no diálogo com a Providência Divina, mas sim, em recursos que apenas agravam a situação.
Insiste em permanecer surdo aos apelos dos companheiros espirituais.
E cego a qualquer esperança, faz crescer seu sofrimento.
E assim caminha, mas não vive... A verdadeira vida!
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Pequenas situações e atitudes que muitas vezes são repetidas automaticamente, fazem parte da nossa rotina e nem percebemos o quanto nos são nocivas...
Somos sim, constantemente cercados pela espiritualidade, mas a escolha de qual faixa iremos nos sintonizar é exclusivamente nossa!
Perturbações espirituais só ecoam onde encontram afinidade.
Vigiai e Orai! Não temporariamente ou durante determinada situação, mas sempre.
Analisemos nossa bagagem de sentimentos e pensamentos, é através dela que as influências positivas ou negativas diariamente conosco viajam.
São nossas ações diárias que constituem a chave que abre a porta para o bem ou para o mal.
Estejamos atentos no falar, pensar, sentir e consequentemente agir.
E se percebermos, que falta o perfume de Jesus em nossas vidas, não hesitemos em parar e recomeçar outro rumo.
Busquemos Jesus! Perseveremos no seu amor e definitivamente deixaremos todas as ervas daninhas para trás.
Acompanhados de Jesus, não importa se é inverno ou primavera, o jardim da nossa alma encontrar-se-á sempre florido.
Mas sem o Mestre, restam apenas os espinhos.
No dia a dia, saibamos escolher Jesus!
Sempre haverá tempo, mas depende de nós!
Com confiança e coragem sigamos com o Mestre.
Um novo dia nascerá...
Sonia Carvalho
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