O Canto de um Anjo
Por sobre as montanhas encantadas, um anjo entoa uma canção dos homens, formando um elo de amor para o coração de Deus.
Formando uma ligação eterna, para que os homens não se percam pelos caminhos trevosos que se desviaram.
Por sobre as grandes montanhas, no centro do seu ponto mágico, o anjo entoa a canção; ele nada pede, nada deseja e só por amor ele se dá ao Criador, tornando-se assim a ligação de Deus com os homens.
E por séculos incontáveis, o seu canto inefável se fez ouvir e sentir por todas as direções... mas, como os homens possuem a liberdade de escolha, continuavam a se afastar cada vez mais. E poucos foram os que voltaram ao coração do Pai.
Por sobre as montanhas encantadas, no centro do seu ponto mágico, o anjo irradia suas canções divinas, sendo sempre assim uma ponte de luz.
Desta vez os homens se afastaram demais e não perceberam o entoar do anjo, entregaram-se a seus vícios, suas misérias, seus orgulhos, suas maldades, suas intrigas, guerras, sua sede de poder, seus enganos, etc.
Sobre as montanhas encantadas, no centro do seu ponto mágico, o anjo percebeu o grande distanciamento dos homens e lançou seu olhar para a terra e viu as guerras, a fome, o abuso do poder, viu mudanças no planeta e viu enchentes aparecerem. Então por sobre as montanhas encantadas, ouviu-se o silêncio, e dos tempos celestiais já se sabia o porquê.
Então por sobre as montanhas encantadas, o anjo entoou a mais linda das canções, jamais ouvida antes, que ecoou em todas as direções e formou, novamente, a ponte entre luz e a escuridão. O anjo resplandeceu e se precipitou por sobre as montanhas encantadas e desceu sobre si mesmo, à procura dos homens que aqui estão.
Quando o anjo chegou, caminhou entre os homens e sentiu a tristeza dos seus corações, não viu mais o brilho cósmico nos seus olhares, e uma chuva muito intensa fustigava-lhes a cidades.
Então, outra vez, num canto desta terra o anjo se abaixou e elevou suas mãos ao céu, no centro do seu ponto mágico, na língua dos anjos, ele fez uma oração, clamando ao Criador, então, ele sentiu a dor do Pai e da criação. E o anjo, então, em adoração, clamou:
Oh! Senhor Deus, tem compaixão, um dia eu subirei até Vós e levarei comigo esta sua criação!
E hoje, num canto desta terra sozinho no centro do seu ponto mágico, um anjo está, então, clamando ao Criador a luz do seu amor, por esta criação, formando uma nova ponte entre a luz e a escuridão!
Rosa Freitas
(Texto publicado no Jornal de Umbanda Sagrada - Número 62)
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