O que é de fato a experiência?
A experiência é o meio mais concreto para se adquirir uma confiança, correto? Na verdade, a experiência é uma forma de conhecimento direto, que se confirma por si mesmo. A experiência é o verdadeiro conhecimento, o que não exige e nem envolve crença, pois o conhecimento exclui qualquer necessidade de acreditar.
Um exemplo interessante é a analogia do fogo. Se puser a mão na chama não precisa acreditar na dor, não é preciso existir a crença na dor para que a dor apareça. A dor é experimentada. É imediata, direta, e ela vem com uma intensidade que se antecipa às crenças e interpretações intelectuais.
Sendo assim, deixa a crença em segundo plano. Ao colocar a mão no fogo, você não precisará crer na dor para que ela exista, a dor vem logo de imediato quando você coloca a mão na chama, a dor vem antes que a mente prepare a sua crença ou interrogações sobre a mesma.
Não vejo tanta solução se pedirmos para as pessoas acreditarem na vida ou nelas mesmas. Tenho experiências de pessoas próximas, que sempre recebem sugestões de fé e crença e, mesmo assim, mesmo com argumentos sólidos e lógicos, elas não conseguem acreditar e seguir o seu caminho, o caminho que elas próprias podem encontrar.
É preciso viver, é preciso experienciar. É a experiência que abre a consciência e isso não é questão de ser cético ou crente, pois quando ambos experienciam algo, a sua fé se torna inabalável.
Quando você se permitir viver isso, você irá perceber que a conquista de uma confiança jamais foi a busca por uma crença. A verdadeira confiança é a busca da concepção de algo que é inexplicável.
Lembre-se que acreditar é diferente de confiar. E viver é viver a vida na sua plenitude. Será a sua experiência, não será nada emprestado dos outros. Você tem a certeza porque você viu e viveu aquilo, como agora será desacreditado? A verdadeira fé é aquela que encara a razão face a face.
Essa é a diferença entre a crença e a confiança. A crença só é sugestão, o que pode ser. Toda crença existe porque existe a dúvida. A dúvida está sempre onde a crença é criada. Mas a confiança vem de dentro, ela é provada por você, ela é vivida e nada pode derrubá-la. Você não está na ignorância e se a confiança vem de dentro, do viver, só ela pode mudar o seu interior. A crença vem dos outros, da cultura, vem de fora, como ela poderá atingir o seu interior e modificá-lo? É no seu interior que está a dúvida e é no seu interior que a confiança surge, porque a mudança real é interna e não externa. Viver é mais que o saber.
Para Jung, o pai da psicologia transpessoal e criador da psicologia analítica, é necessário desconfiar de uma sabedoria que não é fruto da reflexão e da maturidade obtida pelos próprios esforços.
Osho, graduado em filosofia e um dos homens mais conhecidos e provocativos do século XX, disse que a verdade não pode fazer concessões, pois assim deixa de ser verdade. E a verdade não é uma crença, mas uma experiência. Osho nunca pede às pessoas para acreditarem no que ele diz, mas, ao contrário, pede que experimentem e percebam por si mesmas se o que ele está dizendo é verdadeiro ou não. Ao mesmo tempo, ele é implacável ao encontrar meios e maneiras de revelar o que as crenças de fato são, meros consolos para amenizar nossas ansiedades frente ao desconhecido e barreiras para o encontro de uma realidade misteriosa e inexplorada.
A questão que você pode observar é que as experiências vão além dos limites da razão e que foram a ênfase de grandes homens como Lao-Tsé, Osho, Buda, Jung, Platão, Dalai-Lama, Sócrates e tantos outros.
Confiar é a chave. Vá à busca. Viva, experimente, e perceba por si mesmo se o que eu estou dizendo é verdadeiro ou não. Só assim você estará completo consigo mesmo.
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