OS DONOS DA FELICIDADE
A felicidade tanto pode estar ali... bem pertinho ao alcance das mãos, como pode ser o "pote de ouro no final do arco-íris".
Perseguida por muitos, conquistada por poucos, a felicidade sempre foi e acredito, sempre será, alvo de constantes e equivocadas buscas. Explico: de forma geral temos a tendência de supervalorizar a procura pela felicidade a ponto de esquecermos de ser felizes durante esse processo de busca. Acontece até mesmo de supervalorizamos a felicidade alheia, sempre considerando que "fulano é que é feliz...", "Beltrano tem a vida que pediu a Deus...", "Cicrano é que sabe viver..." Ou seja, insistimos em criar referências indevidas, que nem sempre podem ou devem ser válidas para a nossa vida e o nosso modo de viver.
Quem é feliz e o que de fato pode ser a felicidade?
Acredito que ser feliz é acima de tudo, gostar da vida que se tem e penso está muito mais ligado a um estado de espírito (interior) do que ao "status exterior", que está longe de ter alguma coisa a ver com a real felicidade. A felicidade "condicional", aquela que sempre depende de termos isso ou aquilo para ser felizes, apenas alimenta nosso ego e nossa vaidade, por vezes maiores e mais fora de controle do que possamos imaginar.
Penso que isso ocorre porque queremos nos sentir como "donos da felicidade", que não é de ninguém e está apenas com aqueles que a mereçam e jamais queiram dela se apoderar. Caso fosse possível quanto de nós tentaríamos congelar alguns bons momentos de nossas vidas? E, embora não seja (possível), o curioso é que é assim que insistimos em nos comportar, nos apropriando das boas sensações, sentimentos e estados que nos são agradáveis, como quem se apropria daquilo que não pode ser seu por um tempo maior que o merecido.
Esse sentimento (o de propriedade) tem suas raízes nas nossas vontades mais íntimas. É como se quiséssemos entrar em um jogo não apenas querendo ganhar, mas querendo ter a real certeza do resultado vitorioso. Caso isso fosse possível, pergunto: onde estaria a graça de jogar? Onde estaria a felicidade da conquista, se de antemão o resultado seria sabido? Não demoraria muito para que considerássemos a felicidade algo monótono.
Felicidade é isso: um estado de alegria e/ou bem estar que pode estar associado à euforia, sem que se tenha um motivo específico. Afinal, ser feliz com motivo é fácil. Difícil é ser feliz sem uma razão que esteja clara para nós. Sempre fomos orientados a não manifestar nossas emoções de forma sincera e natural. Nossa cultura pede e impõe que, para tudo temos que ter motivo, até mesmo para a felicidade. E crescemos assim, condicionados acreditando nisso.
Pois agora, eu convido você a ser feliz. Seja feliz e não tenha medo disso. Imponha-se e usufrua o direito de ser e estar assim: simplesmente feliz. E se tem motivo para estar triste, considere rever as causa da sua tristeza (momentânea) e trabalhe pela sua felicidade. Coloque suas emoções e sentimentos a seu serviço e não o contrário.
Permita-se ser uma pessoa melhor, menos amarga, menos rancorosa, mais tranquila e equilibrada... Enfim, menos triste e, portanto, mais feliz, procurando viver intensamente cada momento e explorando cada oportunidade de sentir a vida como ela é: com seus altos e baixos, com suas emoções e surpresas, alegrias ou tristezas.
Agindo assim, desenvolveremos a vocação para sermos felizes hoje, agora... Sem criar falsas expectativas e sem que queiramos a felicidade para tempos que ainda não nos pertencem.
Sonhos devem ser tidos, planos devem ser feitos e vividos. No entanto, devemos descontar os eventuais exageros do querer. Pense nisso!
Antonio Carlos Rodrigues
Recebido de Rejane Guimarães
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