Partidas e Chegadas
Incrível, como o tempo passa. Já faz um ano que Eraldo (meu marido e meu mestre), se foi.
Posso dizer que tive o privilégio de conviver com um ser humano maravilhoso que respirava amor ao cuidar das pessoas, que se emocionava e sentia a mesma dor daqueles que o procuravam. Quero agradecer a todas as manifestações de apoio e de carinho para com o Eraldo e para comigo. Que Deus abençoe a todos e um abraço no coração de cada um.
Outro dia recebi um e-mail de uma amiga que dizia:
Quando observamos da praia, um veleiro afastar-se da costa, navegando mar adentro, impulsionado pela força dos ventos, ele nos parece cada vez menor. De repente só podemos contemplar um pequeno ponto branco onde o mar e o céu se encontram. Quem observa o veleiro sumir no horizonte certamente exclamará ¨já se foi¨. Terá sumido? Evaporado?
Não certamente. Apenas o perdemos de vista. O barco continua do mesmo tamanho e com a mesma capacidade que tinha quando estava próximo de nós. Continua tão capaz quanto antes de levar ao porto de destino as cargas recebidas. O veleiro não evaporou, apenas não o podemos mais ver.
Mas ele continua o mesmo. Talvez, no exato instante em que alguém diz ¨se foi¨, haverá outras vozes, mais além, afirmar: ¨lá vem o veleiro¨. Assim é a morte. Quando o veleiro parte, levando a preciosa carga de um amor que nos foi caro, e o vemos sumir na linha que separa o visível do invisível dizemos ¨já se foi¨.
O ser que amamos continua o mesmo. Sua capacidade mental não se perdeu, suas conquistas seguem intactas, da mesma forma que quando estava ao nosso lado. Conserva o mesmo afeto que nutria por nós.
Nada se perde, a não ser o corpo físico de que não mais necessita no outro lado. E é assim que,no mesmo instante em que dizemos ¨já se foi¨, no mais além, outro alguém dirá feliz ¨já está chegando¨.
Chegou ao destino levando consigo as aquisições feitas durante a viagem terrena. A vida jamais se interrompe nem oferece mudanças espetaculares, pois a natureza não dá saltos.
Cada um leva sua carga de vícios e virtudes, de afetos e desafetos, até que resolve por desfazer-se do que julgar desnecessário.
A vida é feita de chegadas e partidas. De idas e vindas. Assim, o que para uns parece ser a partida para outros é a chegada.
Um dia partimos do mundo espiritual na direção do mundo físico; noutro partimos daqui para o espiritual, num constante ir e vir, como viajantes da imortalidade que somos todos nós.
Hoje recebi um presente do plano espiritual no grupo em que freqüento. Um recado que Eraldo está num lugar maravilhoso, florido, porque era uma pessoa boa, e está agradecido por todos que oraram e oram por ele.
Obrigado. Muita luz e paz.
Clô Manfredi
16.08.2007
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