PATERNIDADE
Sozinho passeava no campo, mas sabia que em breve teria companhia.
Uma vida pulsava no ventre de sua amada. Meses de espera. O que esperar?
Doces instantes de uma vida a bailar pelos campos da vida.
Doce canto de uma voz ainda não soada.
Voz essa ainda sendo preparada no ventre da mãe.
Voz a entoar, palavras a ecoar.
Efeito bulmerangue!
Uma criança tratada com desprezo, devolve o amargo fel do desalento.
Ele sabia disso, por isso já demonstrava o seu afeto.
Sabia que a alma de sua criança a tudo pressentia.
Sol e Lua.
União de duas forças geradoras da própria vida, na terra fértil daquele útero materno.
Vida que pulsa.
Orvalho que cai.
Noite fria.
Chuva escassa.
Deserto frio.
Nuvens que passam.
Vida que flui na natureza da alma.
Ah! Doce crescer de uma alma a encarnar.
Carne que cresce.
Invólucro dos céus.
Roupa que tece, células que se aninham ou se alinham, no tear da vida.
Frescor que envolve o novo ser.
Roupa que acolhe, a alma.
Alma que inspira o próprio tecelão.
Corpo que veste a alma amada, num casamento perfeito, na fusão da concretização do abstrato.
Eliane de Araujoh
Consciência Cósmica - [email protected]
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