Permitindo-se viver
Seus braços se abrem, seu corpo frágil, exposto, mergulha...
E ainda, não sabe nadar...
Mas percebe que, aos poucos, aprende a confiar, perdoando deslizes que nem sempre sabe como aceitar, como compreender...
Simplesmente entrega-se à vida que pulsa em si.
Por vezes, questiona sua vida, sua forma de atuar, e mesmo com as asas feridas, trata de prosseguir, ouvindo seu coração, sentindo a força que impulsiona para frente... Sempre...
Chora e sorri ao mesmo tempo, reconhecendo na luta e na dança, sua beleza, sua essência...
Curva-se em amor e compreensão, agradecendo à nova forma de conceber seus dias, sua vida...
Percorrer por este caminho exige coragem...
Sim, também já sabe disso, aceitando-o agora sem tantas confusões.
Olha para si mesmo e percebe sua mudança...
Observa sua própria correria, suas cestas de alegria, aceitando a vida como ela é.
Observa também seus rumores internos, sua tristeza, seus equívocos, e abraça por inteiro tudo aquilo, tudo aquilo que significa para si mesmo e reconhece que o equilíbrio ainda depende de lados e mais lados... Não há tanta pressa...
E assim, se deixa à vontade... Pisando macio, indo mais devagar nas escolhas, nas urgências, nos julgamentos. Agradece ao seu próprio ser, à sua tão melhorada capacidade de compreender um pouco mais o incompreensível.
E vê que o riso é presente, porque se permite chorar.
A confiança ilumina-lhe a alma, porque se permite conhecer e a paciência, sua tão generosa companheira o aconchega, porque se permite aprendê-la.
Agora descansa e protege-se docemente, porque sabe... A vida lhe pertence...
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