Qual é o caminho certo?
Um mestre de nome PahNu, grande sábio dos tempos modernos, e seu discípulo Daniel caminhavam por entre as árvores de um bosque. Conversavam sobre os rumos que a vida costuma tomar, quando chegaram a um ponto em que a trilha em que estavam se dividia em duas, gerando dúvidas sobre qual direção deveriam seguir. PahNu aproveitou a oportunidade para instruir Daniel:
− E então, Daniel? Por onde devemos seguir?
− Não sei dizer, mestre. Não conheço nenhum dos dois caminhos.
− Assim como esta trilha, a vida também é um caminho cheio de bifurcações, muitas vezes com sinalização não muito clara. E muitas vezes são caminhos pelos quais nunca passamos antes e, portanto, não sabemos onde vão dar. Mas somos nós que precisamos decidir, a cada momento, qual direção devemos seguir − ensinou o mestre.
− Mas como escolher o melhor caminho? − perguntou Daniel.
− O melhor caminho será sempre aquele que escolhermos. O outro será então apenas o caminho que não tomamos e, portanto, não fará parte da nossa história. Para decidir sobre isso, precisamos sempre agir baseados em nossa própria consciência. Não nos serve orientarmo-nos pelas ações e reações dos outros frente às nossas decisões ou aos nossos atos. É preciso saber discernir entre o que é realmente seu e o que está sendo imposto a você pelas pessoas com quem convive ou conviveu. E optar sempre pelo que é melhor, dentro da sua própria compreensão.
− Mestre, isso parece muito difícil de fazer! Por que não podemos apenas ver como os outros fazem e fazer igual?
− Porque nem sempre o que é bom para o outro será bom também para você. O que serve para um, pode não servir para outro. O que me faz feliz pode deixá-lo triste, ou indiferente. O que é pré-estabelecido, em termos de crenças e de valores sociais, por exemplo, pode não ter nada a ver com a sua própria verdade.
É claro, não se deve lançar fora todos os nossos aprendizados sobre o que é certo e o que é errado, sobre o que é bom e o que é ruim. Mas cada um desses conceitos deve ser testado frente à sua própria verdade. E ser validado por você - ser aprovado, ou não − conforme o caso. E, então, você poderá escolher melhor o seu caminho. Viver a sua própria verdade fará você mais feliz.
− Mas, mestre... E se eu errar em minha decisão?
− Todo erro traz em si uma lição. Basta que a aproveite e o erro terá cumprido corretamente o seu propósito. Além do mais, tenha em mente que a vida sempre vai lhe dar uma nova chance de corrigir aquilo em que você não acertou. Em cada caminho haverá uma bifurcação, que exige sua decisão. Qualquer que seja a sua escolha, mais adiante surgirá outra bifurcação, e outra, e mais outra, sempre lhe dando a chance de escolher de novo e corrigir eventuais desvios de caminho. Saiba que "Deus sempre nos dá uma nova chance de testar as nossas verdades; e de decidir novamente o que já havíamos decidido antes."
− Então, errar não é ruim?
− Errar é apenas uma das possibilidades. E significa que você realizou algo. Só não erra quem não faz - e aí talvez resida o maior dos erros: não fazer coisa alguma e desperdiçar a vida. Além do mais, lembre-se: errar nunca é algo definitivo. É somente uma forma de aprender. Apenas "não tentar" é algo que não leva a lugar algum. - concluiu PahNu. E acrescentou: − E agora, então, Daniel? Por qual caminho devemos seguir?
Tendo aprendido a lição, o discípulo prontamente respondeu: − Por aquele que a gente decidir!
− Então, vamos! - concluiu o mestre, com um sorriso nos lábios.
Gilberto Cabeggi é escritor, autor do livro "Todo Dia É Dia de Ser Feliz", pela Editora Gente.
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