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REFLEXÕES SOBRE A NOSSA JORNADA

REFLEXÕES SOBRE A NOSSA JORNADA
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Normalmente uma visão generalizada implica em falta de cautela e nos encaminha para a banalização. Porém, se formos analisar o ser humano, todo ele quer, merece e gosta de ser bem tratado, que se lhe dê atenção. E nisso baseio esta minha reflexão. Serei mais ousada: todo ele quer sentir-se amado.

A vida apresenta situações muito semelhantes às várias pessoas. Porém, cada um utiliza recursos próprios para superar ou conviver com estas situações. Proponho que reflitamos que todos temos capacidades ilimitadas, porém ainda nos manifestamos na matéria acreditando que temos limites. Até temos limites, mas estes limites são colocados pela nossa mente. Se conseguirmos removê-los constataremos que nossas possibilidades são ilimitadas. Fazendo uma analogia, somos como a criança que nasce tão indefesa, mas que na verdade tem possibilidades muitas além daquelas que se apresentam naquele momento e com o passar do tempo testemunharemos o seu desenvolvimento. Penso que nosso caminho de aprendizado na vida é semelhante.

Proponho, então, que ao depararmos com atitudes que avaliamos como não muito adequadas, pois haveria outras possibilidades de manifestação, lembremos que todos estamos nesta caminhada de aprendizado e apesar de todos termos possibilidades ilimitadas, ainda precisamos remover muitas nossas barreiras mentais para alcançá-las. Esta é a grande Jihad (guerra santa), aquela que é travada dentro de nós neste caminho de superação.

Na mesma proporção em que necessitamos ser aceitos também temos muito medo da rejeição. Como resolver este enigma? Este como muitos outros enigmas de nossa existência encontra a resposta/solução numa busca interior.
Nossas necessidades não serão supridas por nada que venha de fora e sim se fizermos esta busca no interior de nós.
O mais grave é que passamos muito tempo de nossas vidas distraídos olhando para fora enquanto as respostas estão dentro. É aí que entra a coragem.
O que é coragem? Etimologicamente a palavra coragem é formada por duas outras:
Cor = coração e agem = agir, portanto ter coragem é agir com o coração.
O coração está dentro e sabe as respostas. Para obtê-las precisamos ativá-lo, estimulá-lo sempre mais, e é aí que precisamos aprender a lidar com algo que é na verdade a chave mestra de todas as respostas que buscamos: O AMOR.
Se utilizarmos esta chave mestra, teremos acesso a todos os recursos dos quais dispomos como seres humanos e poderemos então remover aqueles limites aos quais nos mantemos aprisionados.

Parece simples! É simples, porém não equivale a dizer que seja fácil, pois estamos inseridos num contexto que nos estimula a desconfiança e à precaução. Enquanto o AMOR só pode ser experimentado plenamente sem estas supostas defesas.

O ser humano basicamente quer, precisa ser amado, e uma das formas de se sentir amado é sentindo-se aceito. Porém, assim como temos a necessidade de ser aceitos, também temos muito medo da rejeição.
O que aprendi sobre o medo? Que ele está por detrás de todas as nossas atitudes não muito positivas.

Precisamos ter coragem ou agir com o coração. Precisamos desconstruir as defesas que montamos em torno de nós para que possamos viver em plenitude que nada mais é do que viver no AMOR.

Quanto a sermos aceitos, o que ocorre é que só nos sentiremos aceitos a partir do momento em que nos aceitarmos e nos amarmos como somos. Como nos distraímos olhando para fora, esquecemo-nos de trabalhar a nossa auto-aceitação e colocamos a nossa energia numa tentativa insana de que os outros nos aceitem, renegando assim o passo mais importante desta caminhada que é jornada adentro.

Quando não sabemos lidar muito bem com sentimentos e emoções e temos uma boa capacidade intelectiva, tentamos compensar nossa deficiência com esta capacidade.
Então, nos dedicamos a absorver o maior número de conhecimentos possíveis porque nos parece ser a única forma que temos para obtermos a atenção das pessoas que estará sendo interpretado como a aceitação necessária. Isto nada mais é do que uma maneira equivocada de nos relacionarmos no mundo, mas é um bom exemplo de como iremos ao encontro daquilo que necessitamos, a aceitação, utilizando nem que sejam recursos inadequados, porém aqueles aos quais temos mais habilidade.
Trilhando este caminho podemos ser considerados arrogantes. Portanto, a arrogância nada mais é do que uma inabilidade em nos relacionarmos.
Como qualquer desvio de rota rumo ao destino comum a nós seres humanos, quanto mais tempo estivermos nestas rotas equivocadas mais sofremos, pois estamos cada vez mais distantes do objetivo ao qual deveríamos alcançar. Mas a qualquer momento este desvio pode ser corrigido. Dará mais ou menos trabalho, porém sempre pode ser feito. Aprendemos até com os caminhos equivocados que tomamos.

Duas pessoas olhando a mesma paisagem ou o mesmo objeto terão percepções diferentes do que vêem. O que diferencia suas percepções são seus conteúdos. Somos individualidades e nesta jornada de aprendizado, quando confiamos no que acreditamos, não temos a necessidade de convencer os outros disto. Podemos expor nossas idéias sem a necessidade de tentar destruir as crenças alheias.

O grande aliado da verdade é o tempo.

A verdade sobrevive ao tempo, mas nós estando em uma existência muito limitada diante da eternidade, temos dificuldade em absorver este conceito. Queremos ver logo os resultados e não sabemos confiar, aguardar e observar ou apenas serenar. Precisamos treinar a paz. Vivemos constantemente em guerra defendendo o que não necessita de defesa quando esta energia seria mais bem utilizada num mergulho interior ou na meditação.

Márcia Cruz Lima
[email protected]


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