SABEDORIA
A sabedoria nunca fica parada, mas é viva e dinâmica como o universo. Ela procura inspirar o tempo todo fatos concretos que a confirmem e reforcem. Se ficasse imobilizada, perderia terreno.
A ignorância espiritual faz o mesmo. A energia da sombra imita a luz e se esconde. Ela finge que não existe mais para depois surgir do nada, quase sempre disfarçada de justiça ou de amor.
No palco de guerra da mente humana, bons e maus pensamentos lutam pelo comando das ações práticas. Não basta que as idéias sejam nobres. Embora possa parecer elevado, o pensamento que não gera um ato correspondente sempre produz confusão. O pensamento é a semente da ação. A semente que não germina é mais que inútil, porque sua aparência engana e desinforma.
Na prática, qualquer desligamento entre sentimentos e pensamentos é inviável. São dois processos diferentes, mas inseparáveis. As emoções devem estar em paz para que haja clareza no pensamento, e o pensamento deve estar límpido para que haja tranqüilidade emocional.
Vejamos, por exemplo, o que ocorre quando estamos meditando. Impulsos aparentemente inteligentes e justificáveis tentam levar-nos a fazer esta ou aquela coisa no mundo concreto, “deixando para mais tarde” a busca da paz interior.
Idéias “brilhantes e fundamentais” me convidam a interromper a meditação, alegando que “já passou tempo suficiente”. Queremos buscar a verdade. Sabemos que ela está dentro de nós. Mas estamos acostumados a procurar pela felicidade no mundo externo. Estamos decididos a deixar que os nossos sentimentos e pensamentos apressados se extingam, para que possamos contemplar a paz. Mas ondas de desejo e ansiedade fazem de tudo para desviar a atenção e virar o barco da serenidade.
Quando estabelecemos um foco central ou tema para a meditação, o pensamento-chave se mantém inicialmente como uma casca de amendoim oscilando em mar agitado. No entanto – se há força de vontade e paciência suficientes –, a casca de amendoim tem o poder de acalmar o imenso mar de emoções turbulentas ao seu redor.
Se dividirmos em três setores o campo total da energia humana, teremos o espaço supraconsciente, o consciente e o subconsciente, ou, se preferirmos, a dimensão divina, a humana e a animal. O grande campo da luta sem tréguas é o setor intermediário, o território do “eu” separado, onde se encontram a energia divina e as tendências animais. Em meio a este campo de batalha, o “eu” só pode tomar posse do processo da vida gradualmente. Todas as tentativas de acelerar o curso do rio ou antecipar o amanhecer serão, em parte, fracassos.
Queiramos ou não, o método é sempre o mesmo. O aprendizado tem etapas, e elas giram como um carrossel. O esforço vai da observação da vida à definição de uma meta, depois à tentativa, e ao erro. Então há uma nova observação, uma nova meta, e assim sucessivamente.
Osho.com
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