SEI OUSAR
Quem nunca arrisca acaba riscado.
Quem já ouviu, pelo menos uma vez na vida, esta frase?...
Ela concretiza a segunda lei da Magia (sei querer, sei ousar, sei esperar, sei calar).
Ouço muitas pessoas reclamando que a vida está ruim, que está dando azar, que tudo dá errado, nada dá certo... Por que comigo?
A vida fala conosco de maneiras estranhas. Porém, na maioria das vezes, estamos surdos aos seus conselhos.
Estamos aqui para experimentar, aprender e crescer dentro desta etapa de evolução, a matéria.
De que adianta nos preservarmos tanto a ponto de observarmos a vida ao invés de participarmos dela? De não ousar nada de novo, de vermos o desenrolar dos acontecimentos dentro de uma margem de segurança palpável, nos escondendo de todos para não sermos contaminados pelas emoções, com medo de corrermos o risco de sofrer.
O mundo existe para que tenhamos um palco para nossas experiências. Se fosse para sermos sempre santos, não precisaríamos daqui, estaríamos no céu, rodeados pelos anjos. Mas, como todos sabemos, a nossa vantagem sobre os anjos é que nós podemos errar, eles não...
Mas que vantagem estranha é essa que, muitas vezes, termina em nossa inimiga número um: a dor.
A vantagem é que podemos exercitar um poder reservado somente aos deuses, o livre-arbítrio. Só através dele, poderemos crescer, aprender e evoluir. O que valeria fazermos coisas que se tornaram simples hábitos, que são tão rotineiras que chegam às raias da mecanicidade. Os robôs fazem o mesmo... Mesmos os atos considerados bons, quando não envolvem nenhum esforço e aprendizado, são ocos.
A chave do crescimento é a transformação, é aprendermos sempre uma coisa nova, uma coisa a mais.
Vocês já imaginaram se a natureza desistisse de aprender? Se ela se tornasse tremendamente estável, completamente previsível? Onde estaria a graça de viver sem desafios, nós morreríamos todos de um grande tédio.
A graça deste mundo é que o amanhã sempre traz uma novidade a ser experimentada. Não temos a certeza do que acontecerá. Mas, podemos ter a certeza de que, o que acontecer, será o melhor para nós, porque nos tornará maiores e melhores do que somos hoje.
Uma pessoa que sempre foge dos desafios, que faz um esforço sobre-humano para manter tudo sobre controle, pode até se preservar (um pouco) da dor, mas também se preserva de seu oposto, do prazer.
Quando as coisas não dão certo, quando você está reclamando da vida, olhe para o que está acontecendo e perceba se ela (a vida) não está querendo lhe ensinar algo, dar alguma dica. Quem sabe ela não está mostrando que é hora de ousar, de mudar, de abraçar o novo sem medo de errar, porque o erro faz parte do aprendizado. Pode ser que ela esteja dizendo: “esse filme já foi visto, o que você sabe sobre isso já deu, já passou esse tempo, é hora de buscar algo diferente, novas experiências...”
Se as “coisas” não estão mais dando certo, se apesar de seu esforço, nada está funcionando, é porque o tempo delas acabou. De nada adianta ficar dando murros em ponta de faca, você só vai se machucar ainda mais por insistir no que já foi. Desapegue-se, crie coragem e ouse... Dê um giro na sua vida, sem medo. Dê uma chance a si mesmo de tentar, talvez alguma coisa muito nova possa lhe acontecer...
Se você não escuta em tempo, se você não se desapega do velho, a vida acaba dando um empurrão de maneira mais drástica, porque é seu dever não deixar que nos acomodemos.
Se estamos vivos, devemos estar em constante transformação; o contrário, a inércia, é a morte.
Reprisando o início, quem não arrisca (vive) acaba riscado (morre).
Como diz o poeta: Quem passou pela vida em brancas nuvens... Quem passou pela vida e não sofreu... Foi espectro de homem, não foi homem... Só passou pela vida, não viveu.
Zelinda O. Hypolito
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