SERÁ TÃO SIMPLES?
Todo relacionamento está sujeito ao fim, assim como a vida segue sempre à sombra da morte. Isso não é ruim nem é bom, é apenas a natureza. Não existe juntos para sempre, o que existe é juntos com qualidade e com respeito. Não existe juntos para "até que a morte os separe", o que existe é juntos com crescimento e amizade. Qualquer coisa diferente disso é uma pequena morte todos os dias da vida a dois.
Somos humanos; limitados por nossas emoções e por aquilo que fazemos, muitas vezes sem nos darmos conta. Mal sabemos cuidar de nossas vidas, e quando passamos a pensar por dois ou três, ou mais, sentimo-nos acuados, presos, assustados e, muitas vezes, por medo de errar, acabamos estragando algo maravilhoso, que, nem por um momento, nos exigiu que fôssemos perfeitos, afinal a vida só exige que vivamos, e um relacionamento, se for mesmo aquele que nos guiará para uma boa direção, nos aceitará como somos: imperfeitos e quase sempre sem razão.
Estar a dois é enxergar que não precisamos ser superhomens ou mulheres maravilhas todo o tempo. É lembrar que, ao mostrarmos realmente quem somos, é que descobrimos se a pessoa ao nosso lado nos ama do jeito que somos ou está nos vendo de um jeito distorcido ou desejando que nos tornemos quem não somos de verdade.
Estamos vivos, mas nos sentimos limitados por não sabermos quanto tempo ainda temos para realizar tudo aquilo que nos trará a tal felicidade, e passamos toda a vida nos esquecendo que viver bem significa que, mesmo com o pouco tempo que temos, há um potencial ilimitado de realizar o impossível com quem está ao nosso lado.
Sei que nada é tão simples e nenhuma história é igual à outra, mas posso lhe assegurar que sinto o que você sente e busco o que você busca. Sei que de uma forma ou outra, acabaremos chegando aonde queremos chegar, mas ate lá, resta fazermos o melhor para nós mesmos, e lutarmos pela nossa liberdade de pensamento e coração, nem que para isso precisemos deixar para trás os caminhos que pareciam ser corretos e abraçar o desconhecido.
Quando um relacionamento falha, não existe nada que explique ou que aponte uma causa; muito menos algo que traga uma solução mágica ou uma reconciliação. Nós podemos acreditar em qualquer coisa, mas o fato é que essas coisas acontecem para que a gente entenda que a vida não pára, apenas segue em frente em outra direção.
Infelizmente, muitas vezes acabamos deixando para trás alguém ferido por nossas decisões ou pelo que sentimos, mas se formos maduros o suficiente para esquecer o orgulho, ou quem pensa estar com a razão, poderemos ainda perdoar ou pedir perdão, ou ao menos tentar entender que somos todos crianças, que ao tentar fugir da escuridão, acabamos sozinho por um tempo, até encontrar de novo o caminho para o coração.
Minha avó dizia que o que não nos mata, nos torna mais forte; eu mudaria a frase para aquilo que não nos mata, nos torna mais sábios. Cada queda, cada coração partido guarda consigo esse pequeno milagre de nos regenerar e acaba por nos fazer ressurgir como uma Fênix das cinzas, pronto para mais uma experiência, pronto para mais um caminho, que mesmo incerto, vai moldando quem somos e vai indicando o nosso destino de volta pra casa, de volta para um novo ritmo, de volta para uma nova estória, uma nova canção.
Se tudo isso parece ser muito simples para você, parabéns, você está começando a ver também que a vida é simples, complicado são os nossos caminhos até enxergar que nunca houve complicação.
Frank
Londres, 05 de dezembro de 2004.
Notas: - Nota de Wagner Borges: Frank é o pseudônimo do nosso amigo Francisco,
participante do grupo de estudos do IPPB e da lista Voadores, que atualmente mora em Londres. Ele escreve textos muito inspirados e nos autorizou a postagem desses escritos.
www.ippb.org.br
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