Sol de Amor
Nas Mãos, nos Olhos e no Coração
É noite, amigo.
Mas não está escuro.
Há um sol aqui!
Bem no coração.
O poeta compreende.
Ele também é viajante...
Voa nas asas do amor.
E pega os versos no infinito.
Dá para ver longe...
Lá em cima, no Cruzeiro do Sul,
O rastro dos seus versos.
E um pedacinho do seu coração.
Mas quem vê é outro coração.
Aceso na noite, na forja do amor.
Como um sol secreto no meio do peito.
Que ilumina, mas não ofusca.
Ah, meu amigo, quem sente essa luz?
É noite, e está tudo tão claro!
Dá até para ver a tapeçaria sideral,
Dentro do próprio coração.
Sei que você compreende...
Pois essa luz também iluminou suas noites.
E fez você voar até o Cruzeiro do Sul,
Para pegar a elegia que vem de longe.
Sabe, eu sei o que você sentiu.
A luz me mostrou. Aqui mesmo.
Bem dentro do coração.
Onde o amor faz ver estrelas.
É noite, mas está tudo claro.
Por isso, escrevo. E você sabe por que.
Talvez o amor viaje junto com esses escritos...
E outros compreendam sua atmosfera sutil.
Sim, talvez outros voem até o Cruzeiro do Sul.
Certamente, em espírito. Deslizando na luz suave...
E, talvez vejam você e Pablo Neruda conversando,
Sobre a elegia que vem de longe...
Meu amigo, tudo está claro e sereno por aqui.
É noite, mas raiou a aurora dentro do meu coração.
E é amor demais para segurar a onda.
Por isso escrevo: para dar vazão a esse amor.
E você conhece muito bem essa praia.
Então, lembrei-me de você, para grafar essas linhas.
Escrevo com você nas mãos, nos olhos e no coração.
E pensando no Cruzeiro do Sul.
O amor que um dia mergulhou em seu coração,
Também mergulhou em mim.
E, agora, está tudo tão claro e calmo,
Nessa noite – que é manhã dentro do peito.
Com carinho e admiração, poetinha.
(Essas linhas são dedicadas a Vinicius de Moraes).
Paz e Luz.
Por Wagner Borges
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