Um Brado de Fé
Uma sensação amarga de que estou presa num local que me asfixia, que preciso suportar, mas que me incomoda, a cada momento mais. Assim me sentia hoje, desde que acordei e que me percebi aqui, novamente... envolvida por um céu cinzento e chuvoso, com ventos fortes que fazem curvar as árvores e bater os vidros das janelas e – acima de tudo – sob a opressão causada pela tristeza de acompanhar os últimos acontecimentos de S.Paulo, com mortes ocorrendo de forma quase natural... como se fôsse assim mesmo... como se já fizessem parte de nossas vidas. Isso vai se tornando asfixiante – como se estivéssemos num círculo de medo que ficasse mais visível a cada instante e que nos tirasse o fôlego.
Mas, também pela manhã, eu faço minhas orações e cada vez sinto que elas são mais necessárias e me fortalecem e sustentam, pois está mais que óbvio para mim que a segurança material já é uma quimera... só Deus pode nos livrar de uma bala perdida, de um assalto relâmpago, de um encontro desagradável e terrificante com o Mal. E este encontro com o mundo espiritual, com a corrente do Amor, com Deus, é tão simples, tão natural – nada de posturas estranhas, nada de palavras difíceis, nada de pagamentos, de pré-requisitos... é um encontro com nosso Eu interno, na quietude de nossa casa espiritual, no nosso ninho interior, onde a paz reina e onde o Amor e o perdão imperam. Ali, tudo é sereno e harmonioso e nos alimenta de fé e confiança em um amanhã que há de existir, com certeza, logo adiante.
Levanto-me fortalecida para viver mais um dia neste plano tão conturbado, ultimamente, tão cheio de sombras, onde as forças retrógadas tentam instalar o caos. Mas isso não vai acontecer! Porque a Luz – mesmo quando pequenina – ilumina a escuridão e a sombra não resiste à energia do Sol. E tudo isso é uma transição que vai passar breve. Precisamos nos unir, irmãos pelo coração - na fé, na oração e na crença na vitória do Bem, pois só assim estaremos realmente cumprindo o nosso papel. Somos a resistência... Talvez nem sejamos muitos, talvez nem tenhamos consciência perfeita do nosso papel, mas precisamos acreditar na vitória do Amor, ou estaremos fortalecendo aqueles que desejam nos amedrontar e nos tirar a dignidade de nos mantermos íntegros, mesmo quando todos os valores parecem ter desaparecido, substituídos pela ganância, pela luxúria, pela violência, pela falta total de escrúpulos.
Podemos ser taxados de românticos, ingênuos, mas precisamos nos manter firmes na nossa fé no homem, que tem uma centelha divina em si e que é capaz de grandes coisas, como nos garantiu Jesus. Não podemos fraquejar, justo agora. Vamos nos manter eretos, como as grandes árvores, durante os temporais. Tudo isso vai passar um dia e estaremos em paz, se lembrarmos que confiamos em Deus e fizemos a nossa parte, cada um em seu lugar, na sua forma particular.
Somostodosum e este farol incomensurável de Luz que já formamos tem a responsabilidade de iluminar os viajantes deste mar, no momento tão bravio e escuro, até assustador.
Somostodosum e vamos nos dar as mãos e assim circundaremos de Luz todo o nosso Planeta querido, que já está mais do que cansado de aturar as insânias dos homens, nossos irmãos. E vamos proclamar – de qualquer jeito – retirando a força de nossas entranhas, o reinado da Igualdade, da Liberdade e da Fraternidade, já há tanto anunciado e pelo qual tantos já deram a sua vida.
Haveremos de vencer, se não vacilarmos na nossa Fé!
Maria Cristina Fraga Tanajura
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