Uma lembrança sutil
Choro por momentos, sem saber por quê! Um aperto no coração, uma saudade suave, profunda, desafia a eternidade.
Será possível? Poderia o ser amar através das eras, resistindo às reencarnações, um sentimento tão antigo e vivo como a própria eternidade?
E, no entanto, cada face, cada gesto, podem trazê-lo de volta, e aí temos a falsa idéia de sermos volúveis, apaixonamo-nos por todo olhar e não sabemos por quê!
Sentimos não pertencer a lugar algum, a nenhum coração, que, por um motivo ou outro tenhamos cativado.
Poderíamos saber onde se encontra? Ou, talvez, sabermos à distância, quem sabe, em outro país, outro plano, outra galáxia... quantos séculos nos separam?
Mas não há dor, não há tristeza ou sofrimento, porque, de alguma maneira, sabemos que os caminhos devem ser trilhados e, na imensidão da eternidade, eles podem separar-se um pouco. Então, continuamos caminhando, e a única lembrança talvez seja a certeza de sua existência, algo marcado em nossa alma, de forma indelével, que nem muitas eras poderão apagar.
Não me lembro de nomes nem aparências; na verdade, é uma certeza tão incerta, quase inexplicável.
Talvez seja isso: cada olhar pelo qual nos apaixonamos, cada ser que cruzamos em nossos caminhos, sejam apenas links, portais que nos transportem até esse ser angélico, que permite, por breves momentos, uma ligação, um contato, um encontro de almas, nesses sutis emaranhados energéticos que cruzam as galáxias e a própria eternidade. E aí ficamos em êxtase.
Por instantes, nossas almas se abrem, nossas consciências se tocam e todo o resto fica pequeno e distante. No silêncio interior, num cantinho iluminado do coração, choramos como crianças, e as lágrimas, como belos cristais, enfeitam nossos corações e nos tornam ainda mais belos.
P.S.: Peço aos leitores que não confundam o que foi escrito com o que chamam popularmente de “almas gêmeas”. Pelo contrário, esses escritos tratam de algo superior, sem comparação. Nem sei explicar direito o que é. São sentimentos tão sutis, que podem passar desapercebidos por toda uma vida!
Márcio Prado
www.ippb.org.br/
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