Que o novo milênio seja um tempo de Amor e Reverência à toda forma de Vida no planeta.
Para mim, plantar uma araucária, hoje, é um ato de generosidade real e consciência ecológica autêntica, pois será uma tentativa de reparo à agressão e ao equilíbrio do ambiente, para devolver-lhe melhores condições, capazes de impedir a extinção de inúmeras espécies de nossa fauna com a quebra da cadeia alimentar que representa a também extinção da araucária brasiliensis.
Sabendo-se que um pinheiro leva 50 anos para se tornar adulto (onde estaremos nós, da minha geração daqui a cinqüenta anos?) já estamos bem atrasados!
Quando você estiver diante das milhares de sementes que se encontram à venda nas bancas de rua até os maiores supermercados, nesta época, procure imaginar a maravilhosa floresta que está deixando de ter vida neste planeta e quantas famílias de bugios, roedores, gralhas e outras aves, estarão deixando de cumprir sua missão de espalhá-las e transformá-las nestas explêndidas florestas que já começamos a conhecer só através de livros e vídeos e que não terão, também, com o que se alimentar quando o rigor do frio for mais intenso e outros alimentos rarearem.
Tudo fruto e obra do único dos seres da natureza capaz de intencionalmente feri-la e esgotá-la até sua inevitável morte, o homem. Colhendo sempre além de suas necessidades e visando sempre o lucro e a exploração da vantagem a qualquer preço...
Pare um pouco, diante das pinhas, nos pontos de venda, pegue-as, toque-as, sinta seus ventres silenciosos que abrigam as sementes de prováveis florestas que jamais existirão e na falta das quais nossos descendentes lamentarão e abominarão nossa inconsciência; experimente enterrar suas mãos nas sementes soltas, encha as conchas de suas mãos com elas, depois, deixe-as escorrerem vagarosas entre seus dedos; feche os olhos e imagine as milhares de araucárias majestosas que estão ali abortadas para sempre, imagine o canto lindo de quantos pássaros nunca serão conhecidos, quantos emudecerão neste inverno pela escassez de seu alimento e a voracidade do homem, e, ao levá-los para casa, os seus pinhões, não se esqueça de ouvir seu coração, eu torço para que ele assopre nos seu ouvido: "Eu sou a garantia de um mundo melhor para você amanhã, respeite-me! Plante-me!"
E que você separe muitos ou alguns e comece um novo tempo de respeito, plantando-os e distribuindo entre seus conhecidos, para que outros mais se engajem nesta missão.
Procure bem e verá que vai achar sempre um lugarzinho pronto esperando para que um pinheiro sente lá suas raízes e se perpetue como um hino de louvor e reverência à vida no Planeta.
Não podemos esperar até não conseguirmos mais respirar adequadamente, para nos lembrarmos que estamos nos suicidando aceleradamente há muito tempo, junto com cada árvore que tomba ou que impedimos de nascer.
Claudette Grazziotin [email protected]
05 de junho de 2005
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