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ESPECIAL STUM: O Efeito Roseto - O Resgate da Felicidade

"Parecia como uma fonte virtual de juventude, com uma mortalidade por problemas cardíacos menor que a metade de cada comunidade vizinha: a mesma água, o mesmo ambiente, a mesma mistura ocupacional, o mesmo nível de renda familiar, as mesmas raças... O que fazia então a diferença e por quê"? (Tradução livre de comentário do estudo citado a seguir).

Comendo pizza no sábado com algumas amigas e colaboradoras do Site, o papo passou de repente para aspectos bem atuais: a ingestão de determinados alimentos versus a manutenção da boa saúde. Mesmo tendo que concordar com a turma, veio, de algum lugar de minha mente, com a velocidade do relâmpago, a lembrança de um documentário da BBC que tive a sorte de assistir faz muitos anos aqui no Brasil.

O objetivo do vídeo era tentar descobrir algo que a ciência não conseguia (e talvez nunca consiga explicar partindo de seu ponto de vista cartesiano), sobre como, numa pequena cidade dos EUA, chamada Roseto (Roseira, em italiano), no estado da Pennsylvania, os índices de doenças coronárias fossem quase zerados até os 65 anos para seus habitantes (em sua maioria imigrantes italianos) com a mortalidade acima desta idade, inferior a 50%, quando comparada com a média nacional. A longevidade também era muito mais elevada.

Dois pesquisadores (Wolf, médico e Bruhn, sociólogo), constataram no estudo, realizado de 1935 a 1984, que as condições ambientais de Roseto eram exatamente as mesmas das pequenas cidades vizinhas, com atividade principal o estafante trabalho nas minas de ardósia por parte da maioria dos homens.

A alimentação nas mesas era farta, com base na tradicional cozinha italiana, mas sem poder contar com o azeite de oliva, importado e caro, substituído por abundante gordura animal, que levaria qualquer nutricionista ao desespero. A turma bebia muito mais vinho que leite e fumava sem compaixão para com quem da família não compartilhasse do hábito. Fora o trabalho duro não existia atividade esportiva ou preocupação com a saúde.

Tudo começara quando os imigrantes recém-chegados foram escorraçados pelos já instalados ingleses e gauleses das terras originalmente a eles destinadas. Construíram uma igreja em outras paragens e em volta dela se estabeleceu a comunidade, em 1912. Formou-se então o alicerce de um núcleo coeso, de pessoas amistosas lutando pela sobrevivência num mundo praticamente desconhecido, compartilhando alimentos, moradias, e todas as necessidades básicas e onde ninguém se sentia isolado, discriminado, esmagado pelos problemas.
Os rostos das pessoas entrevistadas eram a prova de uma vida serena e os sinais da idade enganavam qualquer ser humano. Pessoas com 70 anos aparentavam 20 a menos, os sorrisos abertos e as honestas marcas do tempo sinalizando uma existência plena e feliz. As provas irrefutáveis: tomografias computadorizadas mostravam as artérias de jovens e adultos sem sinal de entupimento. Não havia hospital e o dono da farmácia queixava-se de pouco conseguir vender além de antiácidos.
Mesmo nos velórios havia um clima sereno, com crianças correndo despreocupadas e adultos conversando, comendo, acompanhando sem desespero seus (velhos) entes queridos na viagem final.

Agora... os que saíam de casa, talvez atraídos pelo brilho ilusório da cidade grande, da independência total, da vontade de escalar a montanha representada pelo sucesso econômico, em pouco tempo perdiam a bendita proteção, a saúde total que Roseto garantia aos seus habitantes. As artérias começavam a se estreitar, a pressão subia e aparecia toda série de doenças provocadas pelo que os pesquisadores chamaram apropriadamente de "Americanização", o stress provocado por inadequação, planejamentos furados, situações de risco variadas. Mas, sobretudo, pela falta de nutrição emocional, de carinho, do apoio que vem de uma família em paz, de amigos leais, de um grupo que ajuda de verdade a todos os seus membros em qualquer circunstância e que não joga fora seus velhos, que se tornavam Juizes informais e mediadores no dia-a-dia e nas questões comerciais, respeitando seu legado e sua sabedoria.

Creio que tal episódio - devem existir muitos outros, com certeza - possa ser considerado, no meu entender, como um "Experimento do Universo" que deu certo, um exemplo para todos e que nós não podemos nunca deixar cair no esquecimento, adaptando-o aos dias de hoje, à nossa forma de viver, nesta era da Internet. Se antes a divulgação de notícias deste tipo na mídia era limitada e, provavelmente, relegada a quatro linhas de final de página de um jornal local, hoje isso tudo ficou diferente. Os fundadores daquela pequena cidade estão vivos aqui e agora neste boletim, bem como os dois pesquisadores, atentos e abertos a novas verdades, que tanto tempo dedicaram ao precioso estudo, ao conhecido "The Roseto Effect" (O Efeito Roseto). Não é por acaso que este quinzenal traz à tona algo tão belo, tão necessário e tão simples de realizar em benefício nosso e de todos que nos cercam...

Sim. Podemos absorver a essência deste legado e colocá-lo em prática agora! Podemos começar a rir mais, nos abraçar mais, nos encontrar mais... perdoar mais, ajudar mais, amar mais, aquele amor que a tudo contempla e que nada cobra por ser incondicional. Há tantas e tantas coisas (na realidade não são coisas) para serem feitas que dá pra escrever por dias a fio... é algo que todos sabem de cor, algo que está dentro de nosso peito, pedindo para ser resgatado e passado para a frente. Vamos formar uma Roseira em cada coração, vamos fazer germinar em nós e à nossa volta esta semente arrebatadora... nosso País, as pessoas maravilhosas deste lugar abençoado têm tudo para torná-lo o Paraíso na Terra, um exemplo para este mundo globalizado, egoísta, onde vale tudo, mesmo passando inescrupulosamente por cima dos outros, para chegar ao "sucesso".

Buscando na Net dados sobre o tema, encontrei algo interessante; numa das pouquíssimas publicações que citava o "Efeito Roseto", estava a expressão preciosa "capital social", algo que dá hoje importante conotação econômica ao tema tratado aqui. Um país onde as farmácias venderão somente Sonrisal, poderá cortar pela metade as verbas direcionadas aos sistemas de saúde.
Vamos acreditar, vamos começar!? Vamos, sim, contagiar as pessoas à nossa volta e mostrar com nosso engajamento e entusiasmo que é possível transformar nossa realidade, aqui e agora, é mais fácil do que pensamos, pois Somos Todos UM!

Sejamos todos abençoados.
Sergio - STUM

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