O PRIMEIRO BEIJO (2)

Autor GUIMARÃES ORTEGA - [email protected]
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(...continuação)
Alguns aspectos devem ser analisados quando se trata do primeiro beijo em todas as suas circunstancias e possibilidades, principalmente na infância e na fase que antecede a adolescência. É quando acontece a primeira experiência de amor, o primeiro rasgo de paixão, e evidentemente o primeiro beijo. Uma questão que está sempre preocupando os pais é qual a idade ideal para que o jovem se inicie no ato de beijar, já que o beijo inevitavelmente acaba levantando a preocupação quanto à iniciação sexual. Não existe uma resposta correta e clara que possa elucidar a questão, uma vez que não é possível definir data para que ocorra a paixão. As crianças amam e se apaixonam cada vez mais cedo, e este é o fator preocupante.
O primeiro amor é fundamental para definir o comportamento do individuo no futuro quanto ao seu relacionamento com outra pessoa, e que esteja ligado ao sentimento de paixão. E tudo principia na infância. A idade ideal para que ocorra o primeiro beijo não importa, desde que o jovem (ou a criança) esteja devidamente orientado pelos pais quanto à sua sexualidade, ao ato de beijar e ao sentimento de paixão, o que é mais importante. O primeiro amor não tem data marcada, acontece em qualquer idade. É muito importante que os pais acompanhem, orientem e principalmente observem o comportamento diário dos filhos. Qualquer mudança deve ser levada em conta. Alterações relacionadas à alimentação, aos hábitos de comportamento, brincadeiras e de diversão, e principalmente quedas repentinas no resultado escolar devem ser muito observados e avaliados.
Infelizmente as novas gerações perderam a magia do beijo. Todo mundo beija todo mundo, sem que haja a preocupação com o principal objetivo do beijo, que é o amor. Para os jovens o beijo perdeu toda a simbologia e o romantismo que existia quando ainda era o único contato existente entre os amantes antes do casamento. Nem tanto ao céu e nem tanto à terra, afinal os tempos mudaram e o beijo é somente mais um elemento na relação entre um homem e uma mulher, ou entre os jovens. Mas como fica o sentimento após um beijo ou – vá lá – uma relação sexual sem que exista desejo, paixão, e principalmente amor? O vazio que acaba acontecendo é angustiante (pelo menos é o que revelam a maioria das pessoas consultadas sobre o assunto), e nada de gratificante fica para tornar substancial a relação. É um vazio, e só.
Atualmente os garotos esperam simplesmente o arrebatamento do contato físico, da conquista, acrescentando o fato de poderem se gabar com os amigos de terem alcançado o objetivo: beijar (ou ter) a garota a ser conquistada. E as garotas, que em um passado nem tão remoto demonstravam esperar com o beijo algo parecido com um arrebatamento e uma maneira de expressar seu desejo e sua paixão, hoje já não tem essa expectativa, ou essa ilusão. E em sua maioria acabam se frustrando com o primeiro beijo, ou com o que acaba acontecendo posteriormente.
O beijo está banalizado, e o primeiro beijo completamente desqualificado. Não existe mais o encanto, a magia daquele ato único que foi glorificado como o grande momento dos amantes. Infelizmente os jovens conseguiram colocar o beijo (e principalmente o primeiro) em um patamar bem abaixo do que se pode considerar como algo trivial e desprovido do feitiço presente no momento da sedução. Seduzir é amar, adorar, glorificar, apaixonar, e o beijo é fundamental em sua plenitude, em seu momento mais sublime.
Hoje em dia o beijo é um ato comum entre os jovens, qualificado como o objetivo no momento de “ficar”, de curtir, de estar juntos. Situações que envolvem a relação de um único dia, sem lembranças posteriores, em que sentimentos como amor, ternura, afeto, acabam não existindo. É só ficar, beijar e pronto! Hoje beijar é um ato tão normal, tão banal e tão superficial que simplesmente não suporta e não acrescenta qualquer sentimento mais profundo entre os amantes, principalmente o amor.
O beijo não tem mais sensibilidade, não tem mais a magia nem o encantamento que leva os amantes a uma explosão de desejos inconfessáveis e a uma busca incansável de outros lábios que possam ser beijados ardorosamente na volúpia de uma louca paixão.
Se vivesse sua juventude nos dias de hoje talvez o nosso corredor mudasse de opinião em sua comparação entre o beijo e a corrida. Evidentemente colocaria a corrida como única e verdadeira opção, afinal foi seu grande objetivo buscado e atingido, embora tenha glorificado o beijo. Mas não haveria a mesma relação, a mesma poesia, o mesmo sabor, o mesmo encanto. A possibilidade da adrenalina no beijo se perdeu no tempo e na superficialidade, e o grande momento dos amantes ficou no passado, na lembrança, na nostalgia.
A corrida continua trazendo o êxtase no final. E o beijo? Perdeu seu principal objetivo e sua verdadeira razão, que é o AMOR.


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Conteúdo desenvolvido por: GUIMARÃES ORTEGA   
Escritor, jornalista, com nove obras escritas e cinco publicadas. Veja no item "produtos".
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