Prana: Chuva de Luz Viva - Capítulo 11

Prana: Chuva de Luz Viva - Capítulo 11
Autor Satyananda - [email protected]
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O exercício de Meditação nada mais é que uma submersão consciente no silêncio...

Não importa se estamos sozinhos no alto de uma montanha ou caminhando por uma avenida lotada de carros e pessoas. Quando o nosso ego parar de querer, pensar e julgar, o olhar simples do espírito se manifestará. E assim é, porque a natureza da clarividência está na atitude contemplativa, no observar com humildade o mundo sem acreditar na dualidade.
Depois das primeiras experiências com clarividência, percebi que a manutenção deste “novo” sentido acontecia pelo simples fato de se manter sem pensamentos, vazio de si mesmo, silencioso no mundo interior, e como “mágica” o mundo exterior parecia também silenciar.
Manter este universo tem um preço; ficar sozinho, calado e imparcial.
Sendo assim, passei a compartilhar o mundo real com os nossos “irmãos” invisíveis, agora sempre por perto. Anjos, arcanjos, fantasmas famintos, demônios, elementais e egrégoras faziam e até hoje fazem parte da rotina diária.

Este universo manifesta a inspiração intuitiva, mental e emocional para quase tudo que rodeia um ser humano negativo preso em seu próprio ego.
Mantínhamos o corpo, a fala e a mente sempre ocupados com trabalho, silêncio e mantras, para não sentir nenhuma motivação vinda dos seres e dos mundos inferiores. “Vigiávamos e orávamos” o tempo todo e, quando falhávamos, a dor era enorme.
Com pequenas distrações do nosso ego, entidades negativas visitavam nossa mente, fomentando medo, dúvida, intrigas e muito cansaço físico. A sensação de ter apanhado muito era comum. Essas ocorrências nos faziam sentir muita vergonha, mas com humildade, em pouco tempo jogávamos tudo fora e transcendíamos esta sensação.

Em uma das primeiras “pujas” (festas rituais) do Senhor Buda, que acontecem sempre no mês de Maio, estávamos todos reunidos em estados meditativos e cantando mantras quando, sem motivo algum, abri os olhos. Demorou alguns segundos para entender o que estava acontecendo, a clarividência descrevia, diante do meu olhar vazio, um universo de luz e som indescritíveis. Olhei para os monges à minha frente e eles pareciam ter uma esfera de luz no lugar de seus rostos, tão intensa que me admirei em não estar ofuscado.
Cada vez que cantávamos “buda”, “jay” ou qualquer outra sagrada louvação, uma Chuva de Luz caía do alto, entrava em nossos corpos e saía por nossos poros. Era um banho de “água-luz” maravilhoso; como um banho de cachoeira, essa chuva dançava pela sala, no ritmo da música, tal como os movimentos dos cardumes de peixes nos oceanos.

Dos meus olhos escorriam lágrimas, de uma forma nada convencional, elas simplesmente escoavam-se num filete contínuo pelos cantos externos. Olhei para o alto e, por impulso, levantei os braços e as mãos e, quando isso ocorreu, os “micro-sóis”, as “bolinhas de luz” assumiram a textura de flocos de neve e, em seguida, transformaram-se em pétalas de luz branca, caindo muito devagar.
Até a arquitetura do lugar se alterou, agora estávamos em devoção profunda em um andar de uma espécie de prédio circular, com mezaninos superpostos de altura infinita, parecido com um pagode oriental.
Logo nos andares de cima vi Seres luminosos com as mãos entendidas em nossa direção e era dessas mãos que brotava toda aquela luz de paz, amor e carinho.
Quando olhei para baixo, o edifício continuava lá, e vi algo que me comoveu ainda mais. Nos andares de baixo, demônios, com muito esforço, estavam sentados tentando meditar. Para um demônio sentar é quase impossível, pois os seus corpos são feitos de impaciência e insatisfação.
Chorei por muitos dias e dias, mas senti na pele que as virtudes dos reinos superiores estão sempre à nossa disposição e ao alcance das nossas mãos.
Olhar para os templos hoje é um exercício de responsabilidade, pois cada um deles é um portal para os reinos superiores, como tudo ao nosso redor.
Espero que todos possam caminhar sem a roupa do ego, por um mundo puro, sem julgamentos pessoais, para que todos juntos possamos desfrutar do paraíso que nunca abandonamos.

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