No meio da Terapia de Regressão, existe uma piadinha que diz que se o Bush reencarnar iraquiano, vai atacar os Estados Unidos... Fico então pensando: um judeu que não gosta de árabes, se reencarnar árabe, não vai gostar de judeus... Um branco que não gosta de negros, se reencarnar negro não vai gostar de brancos... Um brasileiro que não gosta de argentinos, se reencarnar argentino, não vai gostar de brasileiros... Parecem piadinhas, mas essas “piadinhas” nos mostram a origem verdadeira da desigualdade social, da violência em nosso planeta, do racismo e das guerras.
Trabalhando com a Terapia de Regressão há uns 20 anos, em cerca de 10.000 pessoas regredidas, tenho escutado muitas histórias de vidas passadas e nelas as pessoas enxergam-se de várias cores de pele, várias nacionalidades, várias condições sociais, de gênero sexual, etc. O que a Reencarnação ensina (e cerca de metade da população mundial é reencarnacionista) é que existe uma identidade comum a todos nós –somos um Espírito– e rótulos que podem nos iludir e afastar e até provocar discriminação, racismo, violência e guerra, que os orientais chamam de Maya e que chamamos de “ilusões dos rótulos das cascas”, entre elas a nossa nacionalidade e a nossa cor de pele.
Então, não existem “afro-descendentes” e, sim, pessoas que vieram com essa cor de pele por desígnios que apenas a Deus compete saber a finalidade, como não existe “brasileiro” e sim pessoas que nasceram nessa encarnação aqui no Brasil, como não existe “americano”, “iraquiano”, afegão”, etc., e sim pessoas nascidas nesses países nessa vida atual. Também não existe “o povo judeu” e nem “o povo árabe”, são pessoas que nasceram em Israel ou reencarnaram em famílias judias e pessoas que nasceram em países árabes ou nasceram em famílias árabes em outros países.
Percebam o potencial igualitário e solidário que a noção reencarnacionista pode trazer ao nosso planeta, quando todos entenderem que os rótulos são verdades aparentes, temporárias, que somos todos filhos de Deus, somos todos irmãos, e que o que nos afasta são esses rótulos. Um negro e um branco, após desencarnar e chegar ao Mundo Espiritual, o que são? Dois Espíritos, iguais, sem cor de pele (e sem pele...) e lá entendem que caíram nas malhas da ilusão da separatividade. Uma pessoa rica e uma pessoa pobre ao voltarem para Casa, o que percebem? Que eram iguais, afastados por rótulos sociais de uma falsa hierarquia monetária. Um judeu e um árabe, ao final da jornada terrestre, chegam ao Mundo Espiritual, continuam judeu e árabe? São iguais, de nenhuma raça nem religião, apenas retornando à raça primordial e à religião divina, igualitária e comunitária. Um americano e um iraquiano, ao final da vida, encontram-se no “céu”, o que são? Irmãos de fé verdadeira, de amor divino.
Então, não existem “afro-descendentes”, não existem “brancos”, “negros”, “nacionalidade” e outros rótulos ilusórios, temporários. O que existe é que somos todos iguais e devemos nos amar, nos respeitar, nos ajudar, dar as mãos, trabalhar juntos, comemorar juntos o fim das desigualdades e da violência criadas pela ilusão dos rótulos e colaborarmos com Deus em Seu projeto para esse planeta, para que, em algum tempo, findo o período das trevas e surgindo a Luz no horizonte, dentro do nosso coração, possamos todos nos enxergar como realmente somos, seres de luz, seres de puro amor, esquecidos de nossa condição divina, presos nas malhas das ilusões, cometendo atos dignos de crianças rebeldes e desobedientes, enquanto nosso Pai aguarda, pacientemente, que cresçamos, nos tornemos adultos espirituais, e deixemos de lado essas brincadeiras perigosas e letais. Como disse Divaldo Franco em uma palestra:“Grande parte das pessoas adultas necessitam consultar com um psicólogo infantil”.
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