Mas não é bem isso que ocorre.
Na verdade, todos nós (sem exceção) interpretamos os fatos, aumentando o peso de alguns episódios e reduzindo ou até excluindo outros. E por que fazemos isso? Para que a história se adapte à visão que temos de nós mesmos, à nossa autoimagem (seja ela positiva ou negativa).
Surpresos?
Pois, dando-nos conta ou não, a narrativa sobre nossa vida é sempre uma “história de pescador”: às vezes o peixe é maior e noutras é menor do que de fato é, conforme o grau de nossa autoestima.
O filósofo francês Michel Foucault diz que a forma como interpretamos nossa vida obedece a “verdades normalizadoras” – ou seja, é condicionada por regras de normalidade das quais é difícil escapar. Se, por exemplo, a autoestima da pessoa é baixa, o “normal” é que sua narrativa de vida tenha o tom dessa pouca estima – e para garantir a “coerência” entre uma coisa e outra, o que a pessoa faz?
Sem perceber, ela distorce, exclui e exagera certos episódios, valorizando o que reforça a imagem negativa que tem de si própria, enquanto despreza os aspectos favoráveis, o que a leva a conclusões equivocadas. E de tanto repetir essa história para si mesma e para os outros, a pessoa acaba mergulhada, sem ver saída, nessa versão de baixa estima. É o que Foucault denomina “história saturada”.
Se a história de vida que contamos é favorável, maravilha! Ela nos dará força e estímulo para seguir em frente. Mas se a história da sua vida realça tristezas, angústias, rejeição e fracassos, que tal ir para um cantinho sossegado, com caneta e papel, e recontar essa história de outro jeito?
Enquanto escreve, busque na memória acontecimentos favoráveis - pode apostar que eles existem! Por exemplo: se você foi criado pelos avós e na sua “história saturada” esse fato é interpretado como uma rejeição dos pais... que tal procurar outros elementos que você esqueceu ou nem considerou? Será mesmo que seus pais o entregaram a seus avós porque rejeitaram você? Isso faz sentido de verdade? Ou fizeram isso porque não tinham condições emocionais, tempo ou estrutura de vida para criá-lo com a dedicação e o amor que achavam que você merecia? E será que ter sido educado pelos avós não representou nada de positivo na formação da pessoa que você é hoje? Será mesmo que você seria uma pessoa mais feliz e centrada se tivesse crescido na casa dos seus pais? Ou pode ser que tenha escapado de presenciar brigas que teriam impactado seu sistema emocional ainda mais?
Aprender a recontar nossa história de vida – ou, dito de outro modo, aprender a reinterpretar nossa vida a partir de novos ângulos, incluindo fatos antes desprezados e dando a real proporção a episódios que vemos como terríveis – é uma das mais úteis ferramentas que o Coaching oferece para darmos um salto de compreensão sobre quem realmente somos, sobre o que de fato aconteceu conosco e sobre como usar essa ferramenta fantástica que é a mente a nosso favor.
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