Dessa forma, a busca desesperada da cura em todas as direções, será centralizada, pois passaremos a procurá-la dentro de nós mesmos. Traremos assim mais um fator importante nessa luta. Talvez, o fator mais importante! O tratamento médico vai dar o primeiro impulso e, depois, com a nossa participação e conscientização, a cura final poderá acontecer em cada uma das nossas células doentes.
Para que a nossa participação, quando doentes, seja efetiva ao máximo na luta contra os males que nos afligirem, teremos que abrir nossa consciência a emoções e sentimentos profundos que irão nos modificar interiormente, tornando-nos mais capazes de agir em prol de nós mesmos e dos outros.
Porém, há sempre que se considerar que somos constituídos, em nossa parte física, por elementos da própria Natureza e, portanto, somos parte integrante dela e, consequentemente, sujeitos às suas leis. E, como tudo o que é material tem início e fim, há duas etapas pelas quais obrigatoriamente teremos que passar até reintegrar-nos para sempre ao Todo: uma é o nascimento, a outra é a morte. Todavia, mesmo quando a hora chegar, se soubermos servir aos outros através do nosso exemplo, estaremos participando, e quem assim participa não morre nunca, pois, para quem faz até da própria morte um ato de serviço, ela será a Iniciação Maior.
Vejamos o caso de Edelmar. Um entre tantos admiráveis exemplos de vida, que, igual a uma vela, oferecem seu maior brilho quando prestes a se apagar. Ainda jovem, Edelmar foi diagnosticada com câncer de cólon. Depois da cirurgia, passou por vários ciclos de quimioterapia. Mas a doença se espalhara, afetando de forma devastadora os seus pulmões e fígado. Apesar da falta de apetite, náuseas, diarreia, vômitos, da dificuldade de caminhar e da contínua e intensa dor, pouco aliviada mesmo com morfina, ela, em nenhum momento deu sinais de esmorecimento. Sabia tudo sobre a gravidade da sua doença, mas em nenhum momento perdeu a fé, nunca desistiu do combate, e sempre agradecia por ser ela a estar passando pelas provações e não alguém que ela amasse.
Até pouco antes da última internação no hospital, estava fazendo planos para a sua próxima viagem de navio. Às vezes, de forma jocosa, pedia que quando chegasse o dia da partida para a grande viagem, misturassem as suas cinzas com purpurina e as espalhassem no mar.
Nos seus últimos instantes, no hospital, enquanto Edelmar estava quase inconsciente e com muita dificuldade para respirar, a filha chamou a enfermagem. Quando a enfermeira e o médico entraram no quarto, emocionados, viram Carol segurando a mãe com muito carinho, enquanto murmurava aos seus ouvidos: “Se as tristezas desta vida quiserem te sufocar e se te cansas da caminhada, não temas, segue adiante, não olhes para trás, segura na mão de Deus e vai”. Então, com paz no semblante, Del relaxou e exalou seu último suspiro. Conforme havia pedido, as suas cinzas foram misturadas com purpurina e jogadas no mar. Para surpresa, as cinzas afundaram, e a purpurina, voltando à tona, desenhou uma linda rosa vermelha nas águas.
Texto Revisado
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