O pessoal do castelo

O pessoal do castelo
Autor Mauro Kwitko - [email protected]
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O pessoal do Castelo, naquele tempo que existiam castelos, não tinha nenhum poder, a não ser o poder de comprar soldados para lhes defender de eventuais ataques, externos ou internos, e para atacar quem ousasse desobedecê-los ou não pagassem os impostos. Os soldados ganhavam para isso e, com isso, os autointitulados “nobres” podiam fazer o que quisessem, literalmente, desde roubar, saquear, prender, matar, estuprar, eram os donos do poder e da força.

O pessoal do Castelo hoje em dia também não tem nenhum poder a não ser o poder que o dinheiro dá de comprar a quem se vende. Até algum tempo atrás o Exército e a Polícia haviam esquecido que também eram povo, que também eram explorados, que sua família, seus amigos e suas famílias, seus filhos e os filhos de seus amigos, viviam mal, estudavam mal, eram mal atendidos nos Postos de Saúde, nos Hospitais, estavam defendendo e protegendo os vilões e não se davam conta, ou se davam conta mas era o seu emprego, o seu ganha-pão. Atualmente, isso está mudando, de maneira similar ao que aconteceu na Revolução Francesa, o povo fardado começou a perceber que estava do lado errado e o povo civil começou a perceber que, se fosse esperar que se fizesse justiça, que sua vida melhorasse, isso nunca iria acontecer, e unidos invadiram o Castelo e decapitaram o pessoal que vivia lá dentro.
Quando esses perceberam que não tinham nenhum poder, já era tarde, sua cabeça rolava, e o povo tomou conta do poder. O que aconteceu? Os líderes rebeldes tornaram-se o novo pessoal do Castelo. E hoje quando o pessoal do Castelo for decapitado do poder e for substituído, com alguma possibilidade vai acontecer a mesma coisa. Por quê? Porque é necessário mudar a mentalidade da humanidade, é necessário que o adolescente inferior das pessoas amadureça, cresça, torne-se adulto. É sobre isso que esse livro trata.

Vendo alguns políticos ao vivo, na televisão, na internet, suas fotos em jornais, em revistas, a impressão que passa é que ainda acreditam que têm o poder, só que não têm mais, pois o povo fardado cansou de servir e proteger os vilões e percebendo que são também explorados por eles, querem agora justiça e ela começa a ser feita, através do Poder Judiciário, com o apoio das forças armadas, civis e militares. Ou seja, o pessoal do Castelo está descobrindo o que, fatalmente, um dia iria acontecer, que eles não têm nenhum poder, a não ser que resolvam, por necessidade, por desespero, abrir o cofre e comprar o apoio do povo fardado, o que não se pode descartar, pelo menos de uma parcela dele.

Mas como evitar que o novo pessoal do Castelo, com o tempo, repita o mesmo padrão do pessoal anterior? Só tem um jeito, rumando para uma postura adulta, uma maturidade de pensamento e de comportamento. A prioridade dada ao dinheiro, ao poder, ao lazer, aos bens materiais, deve ser substituida pela priorização do fim da desigualdade social e, com isso, o fim da miséria, da fome, do sucateamento da educação, da saúde (em seus aspectos profilático, principalmente, e curativo). Quando o novo pessoal do Castelo assumir o poder deve estar pronto para agir como adultos e isso significa acabar com a riqueza, pois ela é a origem da pobreza, aquela é a causa, essa é a consequência.

O poder financeiro não pode mais comandar o nosso país, ele deve estar abaixo do poder do amor, da caridade, da generosidade, o que está faltando em todo o mundo é um incremento da espiritualidade. Religiões já temos o suficiente, honestas, mais ou menos honestas, desonestas e escancaradamente inescrupulosas, cada um escolhe a sua, geralmente por carências infantis, por necessidades intrínsecas, em busca de um pai, de uma mãe, de uma família, nem que tenha de pagar por isso através de depósito bancário, transferência via internet, cartão de crédito, vale tudo no reino do ganho financeiro travestido de Religião.

Mas nós estamos falando de espiritualidade e isso transcende Religião, espiritualidade é colocar em prática o que todas as Religiões pregam teoricamente, amar ao próximo como a si mesmo, tratar a todos como queremos ser tratados, não fazer a outro o que não gostaríamos que fizessem a nós. Todas as Religiões dizem que somos todos irmãos, somos todos iguais, filhos de Deus, que devemos nos libertar do egoísmo, da ganância, do orgulho, da vaidade, dar as mãos, ajudar um ao outro, mas onde vemos isso? Na verdade, nós mesmos, no dia a dia, não somos assim tão diferentes do pessoal do Castelo, eles cometem grandes falcatruas, nós cometemos pequenas, eles mentem e enganam muito, nós mentimos e enganamos pouco, e se fosse o contrário, se nós estivéssemos lá dentro do Castelo quem garante que seríamos diferentes deles? Isso é falta de espiritualidade, podemos também chamar de falta de mais critério moral, o que falta ao pessoal do Castelo e à maioria de nós é mais firmeza moral, mais incorruptibilidade, mais desapego ao nosso ego, mais direcionamento aos pobres e aos desvalidos. Espiritualidade é a prática do bem, é almejar ser bom, é orar e vigiar os próprios pensamentos, purificar os sentimentos, burilar as palavras, retificar as atitudes e as posturas, querer, um dia, ser puro e perfeito, e querer que todos também alcancem isso. As Religiões nos ensinam a teoria, a espiritualidade é cumprir no nosso cotidiano o que aprendemos nos nossos Templos, Igrejas, Centros, mesmo que o que diz o nosso pastor, ou bispo, ou padre, ou médium, ou pai ou mãe-de-santo, não venha do seu coração, venha do seu ego ou do seu bolso; se o que sai pela sua boca é bom, é isso que deve nos importar, não interessa se quem fala não cumpre o que diz, nós, se acreditamos naquilo que estamos escutando, devemos cumprir; se não, quem fala não cumpre, quem escuta também não, passa a ser tudo em vão, um grande e interminável jogo de faz de conta.

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Conteúdo desenvolvido por: Mauro Kwitko   
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