Isso lhe parece familiar? Se sim, deixe-me dizer-lhe inicialmente uma coisa que considero muito importante: o equilíbrio é dinâmico. É um tipo específico de movimento e não um estado de imobilidade. Lembra quando aprendeu a andar de bicicleta? Pois é, você descobriu esta simples, mas poderosa, verdade.
Dito isto, sim, o equilíbrio vital é uma necessidade para todos nós e mais ainda para uma pessoa altamente sensível, cujo sistema nervoso, devido a sua alta receptividade, responde de maneira intensa a todos os estímulos sejam internos ou externos.
Mas, antes de prosseguirmos deixe-me esclarecer o que entendo por equilíbrio vital e porque o considero um dos pontos mais importantes do meu trabalho com PAS. Quando uso a palavra “vital” estou falando de algo que vai além da questão das emoções apenas. Trata-se de algo mais profundo: a sensação de que, mesmo diante do turbilhão da vida, você está em seu centro.
Do meu ponto de vista, o equilíbrio vital inclui:
- Um equilíbrio emocional: Isso significa que embora reajamos de maneira emotiva aquilo que nos sucede, não oscilamos de picos de euforia e entusiasmo num dia para cairmos num poço profundo de depressão no dia seguinte;
- Um equilíbrio energético: Aqui também os altos e baixos são bem conhecidos das PAS: um dia você se sente tão cheio(a) de energia que vai além dos seus limites (no trabalho, na atividade física, nas atividades sociais, etc.) para, logo em seguida, cair num estado de torpor no qual lhe custa um esforço infinito levantar-se da cama.
- Um equilíbrio mental: A qualidade dos seus pensamentos determina seus sentimentos em reação aos acontecimentos da vida, quando você está em desequilíbrio ocorre a clássica reação “gota d´água”, na qual mesmo uma pequena coisa é o suficiente para lança-lo(a) numa espiral de estresse.
- Um equilíbrio físico: Não há maneira de fazer frente aos desafios do cotidiano sem o cuidado com o seu corpo onde toda essa descarga energética ocorre.
Por que é mais difícil para nós?
Como talvez você já saiba, algumas das características associadas à alta sensibilidade, podem fazer com que encontrar este ponto de equilíbrio seja um desafio maior para nós. Para exemplificar pensemos apenas nas quatro características centrais do traço:- A extrema permeabilidade do nosso sistema nervoso faz com que tenhamos mais dificuldade em filtrar os estímulos, diferenciando aqueles que são importantes dos que não o são. Resultado: respondemos de forma imediata a todo e qualquer estímulo com que nos deparamos. Isso pode nos deixar num eterno estado de alerta, que ao final se revela esgotador.
- A sensibilidade para sutilezas nos leva a captar mais do mundo ao nosso redor do que a média das pessoas (até 10 vezes mais, segundo os estudos da dra. Elaine Aron). Isto acarreta uma sobrecarga de informação que nos leva à saturação física e mental, de forma muito mais rápida que as demais pessoas.
- Já a tendência ao processamento em profundidade, nos leva a continuar pensando e refletindo mesmo sobre coisas “banais”, das quais simplesmente não conseguimos nos desvencilhar.
- Igualmente, nossa profunda emocionalidade e empatia, fazem com que, não apenas sintamos nossas emoções com uma intensidade acima da média, como também que captemos as emoções alheias, nos identificando com elas e até, por vezes, absorvendo-as como se fosses nossas.
Aprender maneiras de gerir o traço da alta sensibilidade é um passo essencial no caminho rumo a este ponto de equilíbrio. Ser altamente sensível é parte de quem você é. É exatamente a partir da aceitação do traço, e da maneira particular como ele se manifesta em seu corpo e sua psique, que você pode começar a implementar as mudanças necessárias para alinhar o seu estilo de vida à pessoa que você realmente é. E com isso conquistar o desejado equilíbrio vital.
Uma das grandes dificuldades nesse processo reside na percepção equivocada de que todo este cuidado é um exagero e uma demonstração de fraqueza. Vejo isso em alguns dos meus clientes que relutam em fazer alterações na sua rotina para incluir o autocuidado. Tendem a acreditar, de forma consciente ou inconsciente, que este cuidado os torna “fracos”. E que é tudo uma questão de se esforçar um pouco mais para acertar o passo com os outros.
Se você também pensa assim, deixe-me esclarecer esta confusão com uma analogia. Pense na diferença entre as plantas que precisam de muita luz solar e aquelas que crescem à sombra. Nós não pensamos nas plantas de sombra como sendo “melindrosas” ou “fraquinhas” e nem que elas deveriam ser capazes de aguentar tanto sol como as outras. Pensamos simplesmente que elas precisam de cuidados diferentes para se desenvolverem, não é?
Por isso se você acredita que há algo de errado com você pelo fato de suas necessidades (em termos de sono, tempo de repouso, nível de estimulação, etc.) serem diferentes daquelas de outras pessoas, repense esta ideia. E tenha em mente que estas regras foram estabelecidas em função de uma maioria que percebe o mundo e se relaciona com ele de uma maneira completamente distinta da sua, ok?
Beijos e bênçãos,
Rosalira dos Santos
*Este artigo continua em “Equilíbrio vital: uma necessidade (e um anseio) para uma pessoa altamente sensível. #02”
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Life Coach, especializada em Pessoas Altamente Sensíveis (PAS). Criadora do "Programa Ame sua Sensibilidade". Apaixonada por mitologia, religiões antigas, gatos, florais e fotografia. Mas, acima de tudo uma PAS, como você. Para saber mais sobre a alta sensibilidade, visite meu site: www.amesuasensibilidade.com.br E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |