Enfrentar uma pandemia não é fácil em nenhum lugar do planeta. Mesmo vivendo em uma cidade tranquila e com apenas 37 mil habitantes, como a minha Woodstock, no Canadá. As notícias que chegam perturbam, e preocupam. Mas, ao invés de frustração, elevo minha energia com tantos belos exemplos de responsabilidade social. Vizinhos que se importam com os mais velhos, profissionais da saúde que continuam fiéis ao seu juramento de salvar vidas e todos os trabalhadores de serviços essenciais que prestam a sua contribuição em uma sociedade que depende de todos.
Ao contrário de muitas outras tormentas que enfrentamos, acredito que podemos usar a tecnologia para nos aproximarmos e, principalmente, para obter as informações necessárias na prevenção e tratamento da doença. O importante é saber separar o que é notícia falsa, enganosa ou que só tem o objetivo político para propagar mais confusão na nossa já difícil tarefa de manter a sanidade mental.
A tecnologia também está fazendo o papel de nos trazer cultura e diversão. Hoje, podemos visitar virtualmente um museu, falar com um amigo ou parente que está do outro lado do mundo no conforto e segurança da nossa casa. E se você for como eu que gosta de ler, não faltam e-books para baixar gratuitamente, para todos os gostos literários. A forma de trabalho mudou e muitas empresas já perceberam que podem manter – ou melhorar – a produtividade com os seus funcionários trabalhando de casa, livres do estresse do trânsito. Sim, a interação com os colegas faz falta e até mesmo aquela hora do cafezinho para colocar a fofoca em dia traz uma certa nostalgia.
Por outro lado, não seria esse o momento perfeito para reavaliar a nossa vida? Para a maioria de nós, o dia a dia é uma bagunça, nada romântico. Sem nenhum aviso, algo acontece e tudo desacelera. Tempo de encontrar a paz perdida na loucura da rotina para descobrirmos a nossa nova versão, com muito mais confiança e fé.
Eu até imagino que você ache difícil pensar em um mundo feliz com as notícias ruins, não só da pandemia, mas de uma sociedade que precisar curar as discrepâncias sociais. Difícil até imaginar como podemos voltar ao normal.
Normal?
Se considerarmos o desrespeito com os menos favorecidos e com a Mãe Natureza, provavelmente vamos chegar à conclusão que não estamos em uma situação normal há muito tempo. Acho até que chegou o momento de discutir as desigualdades para que todos possamos viver em uma realidade normalmente mais saudável.O importante agora é resistir ao desespero e acreditar sempre na força da sua vontade, e reconstruir novamente quando essa tempestade passar.
- Soraya Benevides é jornalista e autora do livro A Casa de Chá
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Jornalista, instrutora de yoga e autora do livro "A Casa de Chá". E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |