O caso que será abordado neste artigo, tem como finalidade estimular a reflexão sobre o significado dos relacionamentos afetivos na esfera humana, principalmente nos casos em que as adversidades encontradas pelo caminho não representam barreiras intransponíveis para a continuidade da relação. Vamos ao caso.
Ele, morador de uma cidade grande. Ela, residente de uma pequena cidade do interior do estado. A distância que os separava fisicamente era de 510 km. Se conheceram num baile de carnaval, que se caracteriza por relações ocasionais e efêmeras. No entanto, na terceira noite de folia, a relação esquentou e o namoro engrenou ao estabelecer um vínculo mais forte entre os jovens enamorados, que não consideravam ser a distância motivo que impedisse a sequência do relacionamento.
Acabou o carnaval e a paixão cedeu lugar à realidade: ele teve que retornar ao emprego e à faculdade na cidade grande, e ela, a cumprir o seu compromisso diário de formanda do curso secundário. Mas antes da temporária separação, muitas promessas, planos e juras de amor envolveram aquele relacionamento, cuja sequência, por motívos óbvios era questionada pelas famílias e amigos.
Contudo, contra todas as previsões e alertas, o relacionamento continuou através de cartas que eram trocadas semanalmente, e por um reencontro mensal, que ocorria quando ele viajava no final de semana para rever a sua amada. Eventualmente, quando as condições do tempo permitiam, a conversa era pela via telefônica, estabelecida pela telefonista da cidade interiorana.
O tempo passou e o relacionamento, ao invés de esfriar, fluiu e evoluiu em dois anos para o noivado, e em dois anos e meio para o casamento. Uma vez casados, se estabeleceram na cidade grande onde trabalharam, evoluíram materialmente e tiveram um casal de filhos.
Passadas mais de quatro décadas, a relação improvável, que no início era desacreditada por familiares e amigos, permanece firme e com prazo de validade escrito no rótulo: para toda uma vida. Essa sensação oriunda de uma experiência que veio para ficar, mas que não sabemos ao certo a sua origem, é algo que muitos casais experimentam no decorrer das primeiras semanas de relacionamento. Não são casos raros ou isolados, mas situações atípicas que se perdem com o passar do tempo pelo fato dos envolvidos não buscarem respostas para a sensação de déjá vu que envolve a relação.
Em certos casos, a verdade é revelada numa experiência regressiva de memória, intermediada por terapeuta habilitado, ou através de sonhos reveladores, que nada mais são que experiências regressivas e espontâneas, que ocorrem nas atividades oníricas durante o sono. No caso abordado, a experiência relatada por ele ocorreu de forma absolutamente espontânea, há cerca de cinco anos após o casamento, e serviu para que o casal elaborasse uma conexão mais forte, "à nível de almas", conforme as suas palavras.
Neste patamar, as experiências têm demonstrado que as regressões a vidas passadas, sejam elas espontâneas ou intermediadas, servem justamente pra destacar que além do efêmero dos encontros ou reencontros físicos, somos dotados de essência ou alma, que carrega a sua história de muitas vidas para dar continuidade a um processo que é inerente à natureza humana: o autoconhecimento. É através dessa longa caminhada, na qual pode predominar o individual ou ser compartilhada, que evoluímos como seres dotados de discernimento e de excepcional capacidade de expansão da consciência, fio que nos liga à teia cósmica da vida.
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |