“Um povo que não conhece a sua história, está fadado a repeti-la”. Edmund Burke, filósofo irlândes.
A humanidade enfrentou ao longo de sua evolução momentos de caos na saúde, que ao seu término se refletiram em uma mudança por vezes radical em seu estilo de vida. As pandemias sempre tiveram grande impacto não apenas pelas perdas, mas ao conduzir a uma reflexão sobre o que se estava vivendo.
Podemos mencionar pragas como a febre amarela que acometeu o Brasil entre 1850-1889 principalmente e ressurgiu entre 2016-2018. A varíola, hoje erradicada, que se espalhou no início do século 20, por volta de 1904. O tifo, cujos registros mais antigos remontam à Atenas no século 15 A.C., depois novamente em 1083 na Itália. Apesar de ter sido descrita cientificamente em 1546 por Girólamo Fracastori, durante a I Guerra Mundial ela matou cerca de 5 milhões de pessoas e tornou a ser significativa no Gueto de Varsóvia na II Grande Guerra. Parte da pretensa justificativa alemã para o grande massacre da população judaica na Europa, era serem os judeus os responsáveis por espalhar a praga, devendo ser erradicados como raça.
O cólera surgiu em 1817-1824 na Índia, mas continuou a se espalhar e no século 19 foi a que mais matou no mundo. Apenas na Rússia estima-se que cerca de 1 milhão de pessoas perderam suas vidas.
De tempos em tempos, uma doença se espalha de forma devastadora, dizimando a população. Retrocedendo historicamente na linha do tempo, podemos pensar o que mudou no mundo após a assim chamada Peste Negra ou peste bubônica, que durou de 1347 a 1351, matando um terço de toda população da Europa na época.
Nesses cerca de cinco anos, famílias diminuíram pela doença, a força de trabalho foi afetada e assim também diretamente os negócios. A Igreja tinha um papel fundamental na estrutura social, de controle sobre os homens, através do divino. Como os religiosos prestavam socorro direto aos enfermos, inúmeros foram contaminados, levando a uma baixa enorme em seus quadros eclesiásticos, diminuindo sua força.
O homem medieval via a doença como um castigo divino. Sendo assim, os bons não deveriam morrer. Mas morriam e a fé foi sendo abalada, levando a questionamentos que culminaram no Renascimento Italiano, conduzindo a uma outra perspectiva de vida, onde paulatinamente a Igreja foi perdendo sua força.
Pós a pandemia de influenza ou gripe espanhola de 1918, que matou mais pessoas do que as batalhas da I Grande Guerra,com estimados 50 milhões de mortos, movimentos se espalharam na direção de uma arte renovadora, contestadora, um estilo de vida mais livre. Foi o surgimento da Era do Jazz, os loucos anos 20. Paris era uma festa para artistas iconoclastas e floresceram segmentos como dadaísmo, cubismo, poesia concreta, entre outros. Isto terminaria bruscamente no crash da Bolsa de Valores de Nova York em 1929, levando à grande depressão. No Brasil, a Semana da Arte Moderna de 1922 revolucionou nossa forma de interpretar a arte. Era preciso aproveitar a vida, uma vez que se havia sobrevivido. A maior pandemia do século 20, bem próxima da pandemia dos anos 1980 posteriormente.
A doença, vista como castigo, permaneceu em tempos mais modernos. Pós a grande festa hedonista dos anos 1960/1970, com a sociedade implodindo valores de família, até então vigentes, e a vivência de uma orgia libertadora de costumes em todos os sentidos, de repente, nos anos 1980, a AIDS eclodiu.
Uma vez que se estabeleceu que sua maior fonte de propagação eram primariamente as relações sexuais, um enorme medo se espalhou, principalmente entre a juventude libertária. E os gays naquele momento inicial foram culpabilizados pelo contágio, por uma suposta promiscuidade nos contatos sexuais. Na verdade, jovens, gays ou não, muitos pais e mães de família, todos haviam entrado na festa de experiências antes reprimidas, com troca de casais, sexo casual, drogas, etc..
A AIDS levou a um refreamento brusco na busca de sensações com variados parceiros como forma de vida e novos arranjos mais conservadores foram sendo acertados entre os casais.
Qual será a lição a ser aprendida deste momento trágico que o mundo está vivendo, com a Covid-19? Onde estavam nossos excessos? Onde estávamos falhando como sociedade? Excesso de individualismo, falta de empatia, consumismo, competição, busca de gratificação imediata?...
Que valores mudarão, quando a vida voltar ao novo normal? No plano individual, no familiar, no coletivo, no modo de trabalhar, na forma de ver a vida, talvez colocando novos significados naquilo que tece nosso dia-a-dia.
O que tem afetado você neste período de recolhimento, que agora começa a ser mais liberado? O que você pensa que pode mudar em sua vida, para ter uma existência mais plena? Que pesos podem ser tirados de seus ombros, para que você possa ser verdadeiramente feliz e não apenas mostrar a aparência de felicidade constante em mídias sociais?
As mudanças são feitas por indivíduos que aceitam que algo pode mudar e se põem a caminho disto.
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Terapeuta floral com pós graduação pelo IBEHE/UERJ e sintonizadora do sistema de essências de cristais e flores Florais de Lara. Autora dos livros Elixires de Cristais, A cura dos chakras com cristais, A essência dos cristais e metais, entre outros. Atendimento online, leitura das cartas terapêuticas e preparo de sua fórmula pessoal. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |