Altamente sensível é saber ouvir... a si mesmo(a)

Altamente sensível é saber ouvir... a si mesmo(a)
Autor Rosalira dos Santos - [email protected]
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Criei este título com a pretensão de provocar em você, e em mim mesma, uma reflexão. Afinal, saber ouvir é uma das características mais comuns entre as pessoas com alta sensibilidade. A maioria das PAS é considerada uma boa ouvinte e costuma ser procurada por familiares, amigos e, mesmo simples conhecidos, quando estes precisam desabafar. Temos grande facilidade para sermos o “ombro amigo” daqueles que precisam.

É bem provável que você tenha se identificado com este retrato. Se for assim, eu lhe pergunto: e quanto a você mesmo(a)? Você usa esta habilidade para se ouvir também ou está sempre tão preocupado(a) com os demais que nem presta atenção a si mesmo(a)? Vamos fazer um teste? Pare de ler por um instante e faça este pequeno exercício:
  • Feche os olhos e pense na última vez em que você parou e se permitiu ter tempo/espaço suficientes para ouvir seu corpo, sua mente e suas emoções. E, mais ainda, se permitiu agir para atender as suas necessidades. Visite este momento (caso o encontre) e tente reviver o que sentiu naquela ocasião.
E então? Você conseguiu encontrar este momento ou nem consegue se lembrar da última vez que se concentrou apenas em você? Se conseguiu recordar, qual foi a sua sensação naquele momento? Eu imagino que você tenha se sentido bem, em paz consigo e, mesmo, empoderado(a). Esta é uma sensação presente na sua vida ou se trata de algo raro?

Porque não prestamos atenção a nós mesmos?

Se você não conseguiu lembrar de um momento assim, saiba que não está sozinho(a). Infelizmente, esta é uma dificuldade comum na vida de muitos de nós. A verdade é que boa parte das PAS está tão completamente focada nas outras pessoas, que tende a se colocar sempre em último lugar. Esta atitude tem, é claro, muitas razões, nem todas ligadas ao traço da alta sensibilidade.  Porém, podemos sim, encontrar nas características comuns ao traço, muitos comportamentos que podem levar os altamente sensíveis a negligenciarem  a si mesmos. Entre eles:

1. Dar muito e receber pouco

Esta é uma queixa bem comum entre as PAS.
Grande parte dos altamente sensíveis sente que dá muito de si, que se esforça muito pelos demais e que, em troca, recebe muito pouco. Existem muitas razões que podem nos levar a agir assim: o desejo genuíno de ajudar, a empatia inerente ao traço, a aversão ao conflito, etc. Mas, é preciso deixar claro que esta atitude pode, também, ser motivada por uma baixa autoestima, que leva a pessoa a acreditar que precisa dar – e dar sempre – para poder receber  afeto e atenção. Neste caso, a pessoa espera que os outros lhe forneçam a aprovação e o sentido de valor que não é capaz de dar a si mesma. E, portanto, sacrifica suas necessidades próprias em função do outro como uma maneira se sentir valorizada. Claro que qualquer pessoa que viva para se doar terá grande dificuldade em prestar atenção a si mesma e às suas próprias necessidades.

2. Sentir-se responsável pelos demais

Um outro aspecto do dar em demasia, que também faz parte do repertório de muitas PAS, é o sentimento de ser responsável pelas outras pessoas – pais, filhos, cônjuge, amigos, todos enfim. Neste caso, antes mesmo de procurar perceber quais são as suas próprias necessidades, estas pessoas se dedicam àquilo que (julgam) serem as necessidades alheias e se apressam a resolver a situação pelas outras pessoas. Estamos aqui, novamente, diante de um problema de autoestima, já que, o que estas pessoas buscam, na verdade, é sensação de se sentirem úteis e valorizadas e com isto, evitar lidar com as suas próprias carências e com o medo de não ser “boa o suficiente”.


3.   Viver em modo adaptativo

Uma outra armadilha para as PAS vem do grande desejo de se encaixar e de serem aceitas. O medo de desagradar aos demais pode levar estas pessoas a viver continuamente usando suas “antenas” para captar aquilo que é esperado delas e irem se adaptando a estas demandas, sejam elas reais ou imaginárias. Estas PAS tendem a atuar de modo camaleônico, negando seus verdadeiros desejos e sentimentos para agir da maneira que acreditam que as outras pessoas esperam delas. Por conta disto, vão, aos poucos se afastando do seu eu verdadeiro e perdendo, a cada dia, a capacidade de  ouvir a si próprias.

Como escutar-se sendo altamente sensível?

Esta é uma pergunta de uma importância extrema. Isto porque uma das grandes chaves para a gestão do traço da alta sensibilidade é, exatamente, a escuta ativa das próprias necessidades e interesses. E faço questão de destacar o termo “escuta ativa”, já que se trata não apenas de se escutar, como, e principalmente, de ser capaz de agir para satisfazer as próprias necessidades. Isto implica em priorizar-se e aprender a colocar-se no centro da própria vida. Acontece, porém, que depois de tanto tempo negligenciando a si mesma, este pode se tornar um aprendizado relativamente difícil para muitas PAS.

Um dos grandes obstáculos que os altamente sensíveis podem enfrentar nesta tarefa de reconhecer e ouvir a própria voz está, como dissemos antes, nos sentimentos de baixa autoestima e na crença no não merecimento. Quando não reconhecemos nosso valor como pessoa, passamos a depender totalmente da aprovação alheia para nos sentirmos bem conosco mesmos.  Nestas situações passamos a viver em estado de alerta, preocupados em esconder aquilo que consideramos nossas “falhas”, como uma forma de nos protegermos das críticas.
 
A boa notícia é que a autoestima não é algo estático, que a gente tem ou não tem. A nossa autoestima tende a aumentar à medida que aprendemos nos sentirmos confortáveis em nossa pele. E você pode ir construindo este sentimento à medida que aprende a prestar atenção a si mesmo(a) e a atuar em função do seu próprio bem-estar. Como? se permitindo aqueles pequenos prazeres para os quais nunca tem tempo, estabelecendo e respeitando os seus limites e, sobretudo, aprendendo a conhecer a pessoa que você realmente é e não aquela que, você acredita, que os outros querem que seja.

Portanto, a chave para aprender a ouvir a si mesmo(a) está em perceber seu valor e reconhecer o seu direito a ser ouvido(a) e respeitado(a), exatamente como você é.
 
ATENÇÃO: Isto não quer dizer que você seja perfeito(a) e não deva se esforçar para melhorar como pessoa. Todos podemos crescer e mudar. Porém, este crescimento precisa ocorrer de acordo com os seus próprios termos e não como uma maneira de agradar (ou satisfazer) as outras pessoas.

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ALTA SENSIBILIDADE E VOCÊ
Beijos e bênçãos,

Texto Revisado


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Conteúdo desenvolvido por: Rosalira dos Santos   
Life Coach, especializada em Pessoas Altamente Sensíveis (PAS). Criadora do "Programa Ame sua Sensibilidade". Apaixonada por mitologia, religiões antigas, gatos, florais e fotografia. Mas, acima de tudo uma PAS, como você. Para saber mais sobre a alta sensibilidade, visite meu site: www.amesuasensibilidade.com.br
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