A Importância da Espiritualidade nas Empresas

Autor Eunice Aboláfio - [email protected]
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Como Consultora em Comportamento Organizacional ouço as mesmas queixas dos altos executivos e dos colaboradores de empresas de diferentes ramos de atividade.

Citando algumas dessas queixas mais freqüentes, temos:
- Falta de objetivos, de comprometimento para com a equipe e a empresa, de respeito pelas pessoas, de iniciativa, de proatividade e criatividade;
- Conflitos interpessoais;
- Preconceitos;
- Lutas pelo poder prejudicando os resultados da organização.

Infelizmente, mudar estes comportamentos não é tão rápido e fácil, pois não basta o consultor ou qualquer outra pessoa dizer quais seriam os comportamentos mais adequados, pois, salvo uma minoria desprezível para qualquer trabalho estatístico, todos os envolvidos estão completamente cegos para os próprios comportamentos danosos, justificando a situação como conseqüência dos atos das chefias ou pares, isentando-se de qualquer participação no processo. Sempre são “os outros” e se “eles” não mudarem, nada irá melhorar. Um veredicto duro que procura enterrar qualquer possibilidade de transformação do ambiente empresarial, familiar e até mundial.

Este modelo comportamental é replicado em qualquer comunidade. Tive oportunidades de realizar oficinas e workshops comportamentais para professores do ensino fundamental, médio e superior e ouvi exatamente as mesmas reclamações dos professores sobre os comportamentos de seus alunos. Os alunos também não possuem objetivos, não há comprometimento com os estudos e com a qualidade de seus trabalhos, tratam seus colegas com preconceito e os mais fortes oprimem os mais fracos para ficarem em evidência entre os amigos, muitas vezes usando de violência, quando nenhum adulto ou autoridade está perto para repreendê-los. Observo com isso que tanto os adultos quanto os estudantes de diferentes idades podem estar seguindo aparentemente as regras e normas estabelecidas, mas não se comportam conscientes de seus próprios valores.

Hoje estou convicta de que precisamos mais do que simples treinamentos para as empresas e aulas compatíveis com os programas oficiais de ensino, nas escolas e universidades. Está na hora de promover o desenvolvimento mais profundo das pessoas de todas as idades. Prepará-las para a vida mais humana, e não desumana, sem medo de que isso possa trazer infelicidade ou insucesso no futuro. Precisamos desenvolver os valores humanos, com humildade e consciência para sentir que estaremos ensinando algo que não vivenciamos e não praticamos naturalmente. Neste caso, estaremos ensinando e aprendendo a todo o momento, até mesmo com nossos próprios alunos e filhos.

O ser humano possui seus instintos que o direcionam para a luta pelo poder e domínio dos mais fracos, focando sobressair-se frente aos demais, até mesmo dentro da sua própria família. Desta forma, estes instintos não o diferem em nada dos animais. Um animal agride outro da mesma espécie para delimitar seu território, conquistar e manter a sua fêmea ou comer sua presa sozinho.

O homem, dono de um cérebro mais complexo e desenvolvido, pode criar e interferir no seu ambiente. Se não possuir valores arraigados e a autoconsciência desenvolvida, pode se deixar levar pelos seus instintos e pensar apenas no próprio benefício. Seu ego o irá proteger com a produção de infinitas desculpas, racionalmente perfeitas, para seus atos mesquinhos.

Observem, por exemplo, que julgamos como ladrões os políticos que superfaturam suas obras para benefício próprio ou que privilegiam parentes incompetentes com cargos e salários vultuosos. Resta saber se, com o atual desemprego e baixos salários, resistiríamos à tentação de sermos nós esta pessoa abençoada por um parente político.

Quero, com este exemplo, apenas mostrar como é difícil mantermos nossos atos adequados para a construção de um mundo melhor, se a sociedade rotula como “burros” aqueles que não sabem aproveitar as “oportunidades”, ignorando as conseqüências para com os demais.

Os discursos de todos, inclusive os meus, não ficam sempre alinhados à nossa prática diária, pois nossas reações já estão condicionadas e assim, podem fugir da nossa consciência.

Nas organizações, nos órgãos públicos, nos lares, nas escolas e comunidades em geral, precisamos ensinar, reforçar e praticar os valores humanos e a autoconsciência, mesmo que sejamos vistos como loucos ou extraterrestres.

Posso garantir que, se tivermos a coragem de atuar assim, seremos mesmo extraterrestres, pois estaremos vivendo em uma outra freqüência de consciência, mais espiritualizada e muito diferente da grande massa. Será nossa missão acreditar sempre que podemos interferir positivamente nos ambientes em que estamos engajados e contaminar positivamente cada vez mais pessoas.

Dentro das empresas mostraremos que agindo como seres humanos traremos resultados de alta performance, difíceis de serem copiados pelos concorrentes, ainda imersos na estrutura egóica. Trazer a espiritualidade para as pessoas não significa pregar uma religião, pois a espiritualidade não está atrelada a nenhum dogma ou ritual e nem fere qualquer religião, pois todas praticam os valores humanos, como um dos mais relevantes: “Amar ao próximo como a ti mesmo”. Praticar a espiritualidade através dos valores humanos e da autoconsciência ajudará a trazer a tona o que há de mais humano dentro de nós, a nossa Essência Divina.

Sou um extraterrestre procurando meus colegas para trazer para o nosso planeta Terra, um pedaço do Céu. Creiam, isso é possível!

Texto revisado por Cris

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