A vida é como uma sala de espera
Atualizado dia 14/06/2015 18:48:18 em Almas Gêmeaspor Adriana Garibaldi
A vida é como uma sala de espera de um consultório onde ficamos aguardando que uma outra pessoa nos abra a porta. Esperamos por aquele ser especial que interaja conosco de uma forma mais profunda, verdadeira e amorosa, convidando-nos a entrar na sua vida.
Existem, no entanto, alguns momentos em que é necessário confrontar nossas necessidades de afeto e concluir que se não as considerássemos tão relevantes, priorizando-as como uma questão essencial, elas não teriam o poder de nos desestruturar tanto. Poderíamos nos mover e sair da vitimização, para tomarmos conta de nossas próprias vidas sem nos impacientarmos pela falta de respostas a nossos desejos.
Ontem, dia dos namorados, parecia que uma onda de carência emocional, nos que se encontram num momento de solidão afetiva amorosa, teve um peso maior que em outros dias do ano
Queremos que algo nos aconteça para nos mover num rumo mais harmônico à procura das nossas necessidades de afeto, um encontro inesperado que nos possa surpreender, mesmo que seja, com uma pequena gota de felicidade.
Esperar por um milagre de fora, contudo, não poderia nos ajudar, porque os milagres acontecem sempre dentro, e nunca fora das nossas almas.
Queremos afeto, como seres sensíveis que somos, desejando para variar, que essa necessidade seja atendida, que um amor bata à nossa porta, sem que precisemos sempre sermos nós a bater a porta do outro, que muitas vezes não é aberta.
Desejamos que as escamas de frustração, que ficaram grudadas em nós, possam por fim ser arrancadas da nossa pele.
Queremos que alguém nos veja, que alguém nos note, que enxergue a nossa alma com olhos de raio laser e visão profunda.
Temos sede dessas coisas do amor, que tenham um valor especial, um alimento nutritivo para nós e para uma outra pessoa.
Quando criança, na minha timidez, desejava ficar transparente, entrar e sair na sala de aula na condição de anonimato, porque naquela época, o convívio com os colegas da escola era uma situação difícil. Penso que, de tanto desejar ser transparente, quem sabe, fiquei de verdade e o desejo de que, para variar, possa ser notada por alguém, que alguém seja capaz de me ver por dentro e, por que não, também por fora, acabou sendo considerado quase que uma necessidade visceral, tomando uma proporção muito grande na minha vida.
Considerando a proposta de Osho, notamos que o caminho a ser percorrido, de repente, deveria ser inverso. Trocarmos a busca pelo outro pela busca por nós mesmos, o amor do outro pelo amor que sejamos capazes de nos dispensar.
Uma defesa válida para não cairmos na carência das necessidade afetivas que quase nunca são atendidas. Um tipo de desistência, de renúncia, uma abdicação interna daquilo que até agora nos parecia essencial, mas que, em verdade, não precisa ser tão essencial assim.
Viemos sozinhos para este mundo e deveremos sair dele também nessa condição.
Precisamos dedicar mais tempo ao cultivo da solitude, vendo nela uma forma de nos fortalecer para a vida, priorizando a descoberta de nós mesmos.
Se o amor vier, ótimo, maravilhoso, que seja bem-vindo... Se não vier, aprendamos a desfrutar da nossa própria companhia e do silêncio de estar conosco, como uma alternativa poderosa de nos autonutrir.
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